Lula cita operação na Bahia, com 38 traficantes presos, como exemplo de sucesso

Integrante da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO) Foto: Polícia Civil da Bahia

O presidente destacou a cooperação da PF e o trabalho de inteligência. Apenas um traficante, que resistiu, foi morto durante a Operação Freedom, que reuniu polícia da Bahia e a PF. “A atuação conjunta das forças de segurança é o caminho para estrangular o crime organizado e proteger a população”, afirmou Lula

O presidente Lula voltou a defender nesta quarta-feira (5) que o combate ao crime organizado seja feito com inteligência e muita cooperação entre as polícias. Ele citou a “Operação Freedom”, deflagrada na terça-feira (4) pela Polícia Militar e Penal da Bahia e pela Secretaria de Segurança Pública do estado, que, em cooperação coma Polícia Federal e Secretaria Nacional de Políticas, prendeu 38 integrantes da facção criminosa Comando Vermelho.

O presidente da República citou o exemplo desta operação, onde 38 traficantes foram presos e apenas um suspeito morreu em Salvador, para se contrapor ao desastre que aconteceu no Rio de Janeiro. O objetivo da Operação Freedom, destacou Lula, foi desarticular o núcleo armado e financeiro da organização carioca Comando Vermelho na Bahia. Recentemente, o governador bolsonarista do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, deflagrou uma operação, a chamada Operação Contenção, contra o mesmo Comando Vermelho, onde nenhum chefe do tráfico foi preso e 121 pessoas morreram. O principal alvo da ação, Edgar Alves de Andrade, o Doca, não foi capturado e segue foragido.

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, avaliou a operação como um “sucesso”. A Anistia Internacional classificou como “desastroso” o resultado do emprego de 2,5 mil policiais civis e militares – no caso do Rio de Janeiro, a ação não contou com apoio federal. “As autoridades da segurança pública [do Rio de Janeiro] dizem que esta foi uma operação planejada. [Mas] uma operação com tanta morte?”, questionou a diretora-executiva da Anistia Internacional no Brasil, a médica Jurema Werneck, em entrevista ao telejornal Repórter Brasil, da TV Brasil.

Lula chamou o episódio de “matança” e ressaltou a importância da união no combate ao tráfico. O presidente destacou que o objetivo deve ser desarticular o núcleo armado e financeiro da organização. Ele já havia apontado que o governo federal tem como meta central quebrar a espinha dorsal do crime organizado. “A atuação conjunta das forças de segurança é o caminho para estrangular o crime organizado e proteger a população”, disse Lula.

De acordo com a secretaria estadual de Segurança, a Operação Freedom é resultado de uma apuração iniciada em 2022 que apontou que os principais investigados são suspeitos de participação em ao menos 30 assassinatos ocorridos em Salvador e na expansão da atuação do CV para várias cidades da Bahia. A Freedom também teve o apoio do Denarc (Departamento de Investigações sobre Narcóticos) da Polícia Civil do Ceará e da Ficco-BA (Força Integrada de Combate ao Crime Organizado).

Entre os chefes da facção presos na operação estão Luís Lázaro Santana Alves, conhecido como “LL” – apontado como o chefe da facção no bairro da Liberdade, em Salvador e Marielle Silva Santos, companheira de Luís Lázaro, apontada como a responsável financeira da organização criminosa. O casal estava escondido na cidade de Eusébio, na Região Metropolitana de Fortaleza, no Ceará.

Mais de 400 policiais civis e militares participam da operação, que reúne equipes dos Departamentos de Homicídios e Proteção à Pessoa, de Inteligência Policial, de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro, Especializado de Investigação e Repressão ao Narcotráfico, Especializado de Investigações Criminais, de Polícia Metropolitana, de Polícia do Interior, de Proteção à Mulher, Cidadania e Pessoas Vulneráveis, além da Coordenação de Polícia Interestadual e da Coordenação de Operações e Recursos Especiais.

Ao todo, foram cumpridos 90 mandados, sendo 46 deles mandados de busca e apreensão, cumpridos em cinco bairros de Salvador, no sistema prisional da capital baiana, nas cidades de Aratuípe e Ilhéus, situadas no interior baiano, e no Ceará. O único homem morto na operação ainda não teve o nome divulgado. Segundo a Polícia Civil, ele reagiu à abordagem policial no bairro do Uruguai e foi baleado. O suspeito chegou a ser socorrido para o Hospital Geral Ernesto Simões Filho, mas não resistiu aos ferimentos.

Além dos mandados de prisão e busca e apreensão, 51 contas bancárias de alvos da operação foram bloqueadas pela Justiça. Também foram apreendidas, armas, porções de maconha, crack e cocaína. De acordo com a Polícia Civil, os investigados na Operação Freedom são suspeitos de homicídios e da expansão do tráfico de drogas em Salvador e outras cidades. A partir dos cumprimentos dos mandados judiciais, há a expectativa de resolução de pelo menos 30 assassinatos ocorridos na capital baiana.

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