
O ex-presidente Lula (PT) criticou o teto de gastos e disse que “nós temos que discutir responsabilidade social” ao invés de impedir investimentos por uma suposta “responsabilidade fiscal”.
Para ele, “é preciso parar de dizer não ao povo, aos que querem casa, educação, saúde”.
“É preciso inverter a ideia de que tem que discutir responsabilidade fiscal, nós temos que discutir responsabilidade social para pagar a dívida que temos com o povo trabalhador”, afirmou o pré-candidato à Presidência.
Lula disse que, caso seja eleito, vai buscar “resolver o problema do desemprego, da fome, da falta de investimentos em educação. E quero, junto com o povo, promover as mudanças que nosso país precisa”.
A Emenda Constitucional 95, aprovada durante o governo Temer e conhecida como “teto de gastos”, impede que o governo federal realize investimentos, pois congelou o gasto com saúde, educação e outros setores por 20 anos, podendo subir apenas dentro da inflação.
Os gastos com pagamento de juros para bancos ficou de fora do teto de gastos e pode acontecer livremente. Em 2021, 50,78% do total gasto pela União, equivalente a R$ 1,96 trilhão, foi para pagar juros e amortizações da dívida, segundo a Auditoria Cidadã da Dívida.
Os gastos com Saúde equivaleram, em 2021, a apenas 4,18% do orçamento executado, enquanto com educação foi de 2,49%.
O ex-governador de São Paulo e pré-candidato a vice-presidente na chapa de Lula, Geraldo Alckmin (PSB), deu uma declaração defendendo o aumento real do salário mínimo como ferramenta de estímulo para a economia nacional.
“O salário mínimo está perdendo o poder de compra; 70% dos aposentados e pensionistas ganham apenas um salário mínimo, R$ 1.212. Nós vamos levar o salário acima da inflação, para melhorar o poder de compra”, falou Alckmin.
O mercado interno é, segundo economistas, fundamental para que o país saia da crise e retome o desenvolvimento.
Jair Bolsonaro, por outro lado, vai ser o primeiro presidente desde o Plano Real a sair do governo deixando o salário mínimo menor do que ele era quando assumiu. Ao mesmo tempo que não concedeu nenhum aumento real em quatro anos, a inflação é a maior desde o começo da crise.
Nos alimentos, a alta do preço poderá chegar a 14% no acumulado de 12 meses. O preço da cesta básica ultrapassou R$ 800 em diversas cidades.