“Eles não tiveram coragem de privatizar a Petrobrás, porque teriam que passar pelo Congresso, então começaram a vender ativos. Paralisaram as obras do Comperj mas nós vamos retomá-las”, garantiu
O presidente Lula afirmou nesta terça-feira (2), durante o anúncio de início das obras de dragagem do Canal de São Lourenço, em Niterói, que seu governo vai fazer um esforço para recuperar a indústria naval brasileira. Ele afirmou ainda que ao assumir o governo federal pela primeira vez, em 2003, estabeleceu a meta de que 70% dos navios brasileiros e componentes seriam de produção nacional.
Na atividade de exploração de petróleo, as empresas petrolíferas como a Petrobrás, demandam a atuação de muitos embarcações como as plataformas exploratórias, os navios petroleiros para o transporte do produto, bem como navios de apoio à produção. Segundo Lula, o aluguel de navios estrangeiros prejudica a criação de empregos e a atuação de pequenas e médias indústrias no Brasil, o que justifica impulsionar a economia nacional para mudar esse cenário.
Ele criticou durante o ato o desmonte da Petrobrás ocorrido durante o governo Bolsonaro. “Eles não tiveram coragem de privatizar a Petrobrás, porque teriam que passar pelo Congresso, então começaram a vender ativos, como venderam o gasoduto, a BR [Distribuidora] e uma empresa de gás que a gente tinha, porque o objetivo era desmontar o sistema produtivo da Petrobras”, denunciou o presidente da República.
Assista à cerimônia em Niterói
Presidente Lula anuncia início de obras de dragagem do Porto de Niterói https://t.co/QpsAv5UKRO
— Lula (@LulaOficial) April 2, 2024
“Paralisaram as obras do Complexo Petroquímico do Rio de janeiro (Comperj)”, destacou Lula. “Nós tínhamos 85% das obras prontas. Faltava apenas 15% para terminar a construção. Estávamos construindo uma forte indústria petroquímica no país, mas tudo foi encerrado e ficou parado mais de dez anos”, prosseguiu Lula, garantindo que com sua volta “tudo será retomado”.
O presidente relembrou que – como resultado de investimentos em tecnologia – o país descobriu o pré-sal em 2007, tornando a Petrobrás ‘a empresa mais preparada para retirar petróleo em águas profundas’. “Eles diziam que não tínhamos condições de extrair o petróleo do pré-sal porque era muito fundo. Hoje a Petrobrás desenvolveu tecnologia para extrair petróleo do fundo do mar a um custo menor do que o da Arábia Saudita, que é tirado na flor da superfície”, acrescentou.
“A partir do pré-sal, começamos a entender que poderíamos fazer da Petrobrás o futuro deste país da nossa juventude. Criamos um fundo social que seria abastecido com recursos obtidos com a partilha do petróleo. Dizíamos que o pré-sal era o passaporte para o futuro”, prosseguiu o presidente, defendendo que mais recursos do petróleo sejam usados para investimento em Educação, Saúde e desenvolvimento tecnológico.