
O presidente Lula lamentou nesta segunda-feira (21) a morte do Papa Francisco e decretou luto oficial de sete dias em todo o território nacional. “É declarado luto oficial em todo o País, pelo período de sete dias, contado da data de publicação deste Decreto, em sinal de pesar pelo falecimento de Jorge Mario Bergoglio, Sua Santidade o Papa Francisco, a quem serão tributadas honras fúnebres de Chefe de Estado”, diz o decreto.
Na nota, o presidente destacou o compromisso do pontífice com a justiça social, a paz e o cuidado com os mais vulneráveis. “A humanidade perde hoje uma voz de respeito e acolhimento ao próximo. O papa Francisco viveu e propagou em seu dia a dia o amor, a tolerância e a solidariedade que são a base dos ensinamentos cristãos”, afirmou o presidente.
“Assim como ensinado na oração de São Francisco de Assis, o argentino Jorge Bergoglio buscou de forma incansável levar o amor onde existia o ódio. A união, onde havia a discórdia. E a compreensão de que somos todos iguais, vivendo em uma mesma casa, o nosso planeta, que precisa urgentemente dos nossos cuidados”, acrescentou Lula.
O mandatário destacou os encontros que teve com Francisco, nos quais compartilharam ideais de paz, igualdade e justiça. “Nas vezes em que eu e Janja fomos abençoados com a oportunidade de encontrar o papa Francisco e sermos recebidos por ele com muito carinho, pudemos compartilhar nossos ideais de paz, igualdade e justiça. Ideais de que o mundo sempre precisou. E sempre precisará”, declarou.
“Com sua simplicidade, coragem e empatia, Francisco trouxe ao Vaticano o tema das mudanças climáticas. Criticou vigorosamente os modelos econômicos que levaram a humanidade a produzir tantas injustiças. Mostrou que esse mesmo modelo é que gera desigualdade entre países e pessoas. E sempre se colocou ao lado daqueles que mais precisam: os pobres, os refugiados, os jovens, os idosos e as vítimas das guerras e de todas as formas de preconceito”, prosseguiu o presidente.
Logo pela manhã as bandeiras em frente ao Palácio do Planalto e ao Supremo Tribunal Federal já eram hasteadas a meio-mastro – símbolo do luto nos prédios públicos. Durante o período de luto, a bandeira nacional será hasteada a meio mastro em todas as instituições públicas, em sinal de respeito e homenagem ao líder religioso.
O vice-presidente Geraldo Alckmin também se manifestou sobre a partida de Francisco. “É com grande tristeza que o mundo recebe hoje a notícia do falecimento do Papa Francisco. Sua simplicidade e seu humanismo são legados marcantes de um sacerdócio vivido como vocação para a universalidade cristã, que nos inspira a encontrar convergências, onde quer que se insista em divisões”, disse Alckmin.
“Primeiro pontífice latino-americano, primeiro jesuíta a se tornar papa e primeiro papa a se chamar Francisco, evocando o que de mais precioso existe na cristandade – a humildade, a compaixão e a fraternidade – fez história ao inaugurar um novo tempo para a Igreja e ao apontar a perseverança pela igualdade, por meio da convivência harmoniosa do diálogo, como o caminho para a humanidade”, destacou o vice-presidente.
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, foi na mesma direção. “A espiritualidade verdadeira é a expressão do bem, do amor e da paz, com sabedoria, tolerância e compaixão. O Papa Francisco encarnou essas virtudes como poucas lideranças nos dias de hoje. E a elas acrescentou o carisma e a empatia. A compreensão em lugar dos dogmas. Num tempo em que há muita escuridão, foi uma luz iluminando a humanidade. A história o reconhecerá como um dos maiores”, afirmou Barroso.