O chanceler brasileiro destacou que a cúpula regional vai tratar o assunto e defender a soberania do país vizinho
O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, afirmou que a cúpula da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) que se realizará na Colômbia, com a presença do presidente Lula, será um encontro em solidariedade à Venezuela, alvo de agressão dos Estados Unidos, que tem feito ataques criminosos a barcos no Caribe e ameaça realizar uma incursão terrestre no país caribenho.
“Essa reunião vai tratar da sua agenda, da sua pauta, e é um apoio, uma solidariedade regional à Venezuela, tendo em vista que o presidente [Lula], repetidamente, já disse – e é a posição da nossa política externa – que a América Latina e, sobretudo, a América do Sul, onde nós estamos, é uma região de paz e cooperação”, afirmou nesta quarta-feira (5). O encontro de líderes da Celac, em reunião conjunta com representantes da União Europeia, ocorrerá nos próximos dias 9 e 10 de novembro.
O ministro disse que a possibilidade de uma declaração conjunta de apoio à Venezuela dependerá das negociações que acontecerão nos próximos dias. Vieira descartou que o movimento de solidariedade à Venezuela possa atrapalhar as negociações entre Brasil e Estados Unidos para solucionar o tarifaço imposto unilateralmente pelo presidente Donald Trump ao Brasil. “Nosso contato com os Estados Unidos diz respeito sobretudo às questões comerciais e tarifárias bilaterais”, disse.
Na terça-feira (4), Lula adiantou que a reunião do Celac terá como pauta a situação da Venezuela e o aumento da presença militar dos EUA na América Latina. Nos últimos meses, os EUA vêm bombardeando embarcações na costa sul-americana, supostamente por atuarem para o tráfico de drogas venezuelano, sem que existam provas disso. Já foram mortas ao menos 66 pessoas nestes ataques, que aconteceram no Caribe e no oceano Pacífico.
A agressão militar, que envolve o envio de navios para o Caribe e caças para Porto Rico, é visto como uma intromissão indevida nos assuntos de um país soberano. Trump já anunciou publicamente que planeja derrubar o presidente eleito do país, Nicolás Maduro. Trump usa como pretexto que o governo da Venezuela teria ligações com o tráfico de drogas. Ele já deu ordens à CIA para agir dentro do país caribenho.











