O presidente lançou as obras de institutos federais e expansão universitária na periferia de São Paulo. Lula destacou que quer todos crescendo no país e que universidade pública deve ser para todos
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado (29), durante o lançamento do campus Zona Leste da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e do campus Cidade Tiradentes e Jardim Ângela do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), que não vai sossegar enquanto não garantir estudo de qualidade para todos.
“O Estado tem que garantir à filha mais humilde da empregada doméstica o direito de entrar na universidade que vai entrar o filho da patroa. Se for universidade pública, tem que ser igual para todo mundo”, disse.
Durante o ato, que aconteceu no Instituto das Cidades, na capital paulista, Lula enfatizou a importância da igualdade no acesso à educação superior. “Eu só ficarei sossegado o dia que a gente tiver um país em que as crianças disputem uma vaga na universidade, não pelo berço que nasceram, não pelo hospital que nasceram, o Estado tem que garantir à filha mais humilde de uma empregada doméstica o direito de entrar na universidade que vai estudar o filho da patroa”, afirmou o presidente.
Pressionado por sua área econômica a fazer cortes de investimentos, Lula seguiu defendendo a retomada do crescimento econômico. “Quero que a economia cresça, quero que todo mundo cresça. Mas é importante que a gente coloque o povo mais humilde para subir um degrau na escala social desse país. E começa pela educação”, afirmou o presidente.
Apesar de destacar a “preferência” para os pobres, Lula disse querer “governar para o povo brasileiro” de modo geral, inclusive “para que os empresários ganhem dinheiro”. “Quero que a economia cresça, que todo mundo cresça.” Ele repetiu a frase que tem dito nos últimos dias: “Eu não sou o pai dos pobres. Eu sou um pobre que chegou à Presidência da República por causa dos pobres desse país que me elegeram.”
Lula afirmou que sua gestão encontrou o país como a “Faixa de Gaza no estado Palestino”, dizendo que encontraram o Brasil sem ministério, com rombo e sem governança. Destacou também não estar “preocupado em quem é governador de São Paulo, mas com quem é o povo que necessita”.
Na Zona Sul, Lula alfinetou as ausências do governador Tarcísio de Freitas e do prefeito Ricardo Nunes. “Iríamos assinar o contrato. Mas o prefeito que deu o terreno e o governador não vieram. Para nós, quando queremos fazer investimento, nós não nos preocupamos de que partido é o governador. Nos preocupamos se o povo daquele estado, daquela cidade, precisa daquilo que a gente faça”, disse o presidente.
O pré-candidato a prefeito apoiado por Lula em São Paulo, Guilherme Boulos, também falou. Ele disse que “enquanto o presidente Lula está inaugurando universidade e instituo federal, tem gente que acha que a solução é escola militar. Não é”. “Policial é muito bom para garantir segurança, mas dentro da escola e da sala de aula tem que ser professor, e professor valorizado”, destacou Boulos, em referência ao projeto de Tarcísio.
Lula foi também muito gentil com a ex-prefeita Marta Suplicy, que será vice de Guilherme Boulos. “Ela é a mulher que criou os CEUs e transporte integrado”, disse Lula. “Fez uma gestão extraordinária”, acrescentou, reforçando que a ex-prefeita “cuidou muito das pessoas mais pobres” e que foi “uma injustiça ela não ter voltado a ser prefeita”.
Estavam presentes nos eventos a primeira-dama Janja Lula da Silva, o ministro da Educação, Camilo Santana, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, o ministro das Cidades, Jader Filho, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Guilherme Boulos, Marta Suplicy e muitos parlamentares e líderes locais.
Durante seu discurso, Camilo Santana destacou os investimentos significativos do Governo Federal na educação no estado de São Paulo. “Hoje nós estamos aqui para anunciar os investimentos nas universidades e institutos federais do estado de São Paulo. Aqui são R$ 441 milhões na expansão e na consolidação dos nossos institutos federais. Serão 12 novos institutos”, informou o ministro.
No mesmo dia, Lula anunciou a expansão do IFSP para o bairro Jardim Ângela, na zona sul da capital paulista. Serão investidos R$ 939 milhões na expansão e consolidação de universidades e institutos federais em 40 municípios paulistas. O novo campus da Unifesp na Zona Leste oferecerá quatro novos cursos de graduação, beneficiando até 2.760 novos estudantes, além de contar com um novo hospital universitário com 350 leitos, que ampliará a capacidade de atendimento médico na região.
O plano de expansão do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) prevê a criação de 12 novos campi, com investimentos de R$ 300 milhões, distribuídos em municípios como Osasco, Santos, Diadema, Ribeirão Preto, entre outros. Cada campus terá capacidade de atender, em média, 1.400 estudantes, majoritariamente em cursos técnicos integrados ao ensino médio.
O Governo Federal anunciou em junho um investimento de R$ 5,5 bilhões para a consolidação e expansão das universidades e hospitais universitários federais, parte do Novo PAC. Esse montante inclui a criação de dez novos campi universitários e melhorias na infraestrutura de todas as 69 universidades federais, além de R$ 1,75 bilhão para obras em 31 hospitais universitários da Ebserh.