
Ato se deu em encontro dos movimentos sociais em São Paulo, nesta sexta-feira (27)
O ex-presidente Lula e o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, pré-candidato a vice na chapa do petista, se somaram à manifestação pedindo justiça por Genivaldo de Jesus Santos, morto por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Sergipe, na última quarta-feira (25).
O ato aconteceu no encontro do ex-presidente com movimentos sociais nesta sexta-feira (27), em São Paulo, na Casa de Portugal. Foi feito um minuto de silêncio por Genivaldo, enquanto Lula, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), seu vice na chapa presidencial, e outras lideranças seguravam cartazes pedindo justiça.
Genivaldo era pai, aposentado e muito estimado na cidade de Umbaúba (SE).
Ele não tinha condenações, nem respondia a processos na Justiça. Genivaldo se aposentou cedo por conta do problema de saúde, a esquizofrenia que sofria há 20 anos.
Ele foi morto por agentes da PRF (Polícia Rodoviária Federal) no porta-malas de uma viatura, parado numa blitz por estar sem capacete numa moto. Sem esboçar nenhuma violência, foi imobilizado brutalmente no chão pelos agentes e colocado na viatura com gás lacrimogêneo dentro. Ele se debateu, enquanto a cena foi gravada por várias testemunhas, inclusive familiares. Foi assassinado por asfixia.
A morte de Genivaldo está sendo investigada em inquérito aberto pela PF (Polícia Federal) e acompanhado pelo MPF (Ministério Público Federal) em Sergipe. Os cinco policiais que participaram da ação foram afastados das ruas e vão responder processo disciplinar.
EVENTO
O evento dos movimentos sociais começou por volta das 17h30 com discursos de lideranças, músicas e performances. Ao todo, 87 movimentos assinaram um documento de apoio à candidatura de Lula.
Além de Lula, estavam presentes Alckmin, a socióloga Janja da Silva, esposa de Lula, e representantes dos partidos da aliança, incluindo a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente do partido, e Juliano Medeiros, presidente do PSOL.
Em seu discurso, Lula disse que Jair Bolsonaro (PL) “não dormiu” após a divulgação da pesquisa Datafolha que o mostra na liderança, com larga vantagem, da corrida à Presidência da República.
“Vocês viram a pesquisa ontem… vocês viram. Aquilo eu imagino, Ô Alckmin, eu imagino que o Bolsonaro não dormiu ontem à noite. Eu imagino que ele falou: que desgraça esse Lula tem?”, disse o ex-presidente.
Lula defendeu que a militância faça campanha nas redes sociais, nos movimentos sociais, no bairros e ruas. “A gente não vai poder parar, porque se a gente parar, a gente pode ter dificuldade de ganhar”, advertiu.
De acordo com Lula, é preciso “discutir responsabilidade social para pagar a dívida que temos com o povo trabalhador” em vez de “discutir responsabilidade fiscal para garantir dinheiro ao banqueiro”.
CARESTIA
O ex-presidente voltou a criticar a carestia e o altíssimo preço da gasolina e do diesel e responsabilizar o governo Bolsonaro pela crise.
“Não é possível pagar a gasolina e o diesel mais caros do mundo com a ciência de ponta na área de petróleo. Não é possível que o povo esteja cozinhando com lenha. Não adianta o presidente jogar a culpa na Petrobrás ou na guerra da Ucrânia. A responsabilidade pelo preço dos combustíveis é do governo”, afirmou.
Lula condenou as privatizações promovidas pelos governo. “Eles venderam a BR, venderam os gasodutos e agora estamos com quase 400 empresas comprando gasolina dos Estados Unidos, pagando em dólar. Com isso, o trabalhador não pode encher o tanque do carro”. Porém, para Lula, essa não é a questão primordial sobre o preço da gasolina e do diesel: “Se fosse só o carro tava bom, mas o preço do óleo diesel impacta no leite que a gente toma, no pão que a gente come”, ressaltou.
“É preciso parar de dizer não ao povo trabalhador: aos que querem casa, saneamento básico, saúde, educação. É preciso dizer sim a esses e não aos banqueiros e empresários que, muitas vezes, só vêm explorar o povo brasileiro”, afirmou Lula.