“Colocaram o auxílio emergencial na lei só até dezembro. Se Bolsonaro quisesse continuar, ele fazia sem colocar o fim em dezembro”, destacou Lula, em live com André Janones neste sábado. O deputado denunciou que o governo acabou com o auxílio permanente
Em live realizada neste sábado (13), o ex-presidente Lula conversou com o deputado André Janones (Avante), que desistiu de sua candidatura a Presidência para apoiá-lo. Ele conversaram sobre o auxílio emergencial e denunciaram que Bolsonaro vai acabar com este benefício em dezembro.
DEMAGOGIA DE BOLSONARO SÓ VAI ATÉ DEZEMBRO
“O Bolsonaro colocou o auxílio emergencial na lei até dezembro. Ele percebeu a bobagem que fez e agora está dizendo que vai continuar. Agora, se ele quisesse que continuasse, ele fazia sem colocar o fim em dezembro”, destacou Lula. “Ele faria sem data para acabar ou fizesse como nós fizemos com o Bolsa Família, ou seja, que vai acabando na medida em que as pessoas vão arrumando emprego e saindo da situação anterior”.
“Enquanto não acabarmos com a fome neste país, não existe possibilidade de acabar com o auxílio emergencial. Pode-se criar uma convulsão neste país se você tirar o pouquinho que as pessoas têm”, disse Lula.
Assiste aqui a live de Lula e Janones
“Eu tenho dito nas minhas viagens, eu estive na Paraíba, no Ceará, no Piauí e outros lugares. Eu tenho dito que vai cair um dinheirinho na sua conta. Ele só veio agora, podia ter vido antes, um ano atrás, seis meses atrás, mas ele deixou para soltar nas vésperas da eleição. Mas, se cair, eu tenho dito, pegue esse dinheiro. Pegue e coma porque senão o Guedes toma”, advertiu o ex-presidente.
Lula denunciou a maldade do governo. “Essa é a lógica, quando chegar dezembro, o povo já votou, acaba com tudo, acabou o auxílio emergencial”, disse. “Não há como acabar com a auxílio emergencial sem que a gente recupere a economia brasileira, sem que a gente gere emprego, sem que a gente resolva o problema da fome que tomou conta do nosso país, que envolve 33 milhões de pessoas e, mais ainda, que envolve 125 milhões de pessoas que estão com algum problema se segurança alimentar, pessoas que não comem as calorias e as proteínas que são necessárias”, acrescentou Lula.
TEMOS QUE RESPEITAR O POVO
“A única possibilidade do auxílio emergencial continuar”, prosseguiu Lula, “é a gente ganhar as eleições e fazer aquilo que o povo espera que a gente faça, isto é respeitá-los”.
O deputado André Janones reforçou. “É importante que vocês compartilhem isso. Bolsonaro acabou com o auxílio emergencial no país. Ele acaba dia 31 de dezembro. O presidente Lula está aqui conosco garantindo que ele vai trazer de volta o auxílio emergencial no ano que vem, se ele assumir a presidência da República”, disse o deputado.
“Vamos levar essa mensagem, Lula é o único que garante o auxílio emergencial no nosso país, não existe outro candidato que fez essa garantia até aqui e que assumiu esse compromisso. Outros agora estão dizendo mas, com o poder de garantir que ele continuasse, não o fez, como aconteceu com o atual presidente”, denunciou.
Lula prosseguiu: “Não tem explicação para um país do tamanho do Brasil tenha gente passando fome. Não existe explicação para você ver uma mulher na fila do açougue comprando osso ou você ver as pessoas pegando lixo para comer, pessoas com cartaz dizendo que precisa de comida porque está com fome”.
CRIANÇAS ESTÃO PASSANDO FOME
O ex-presidente lembrou que até crianças estão nas ruas pedindo comida. “A gente não via isso há muito tempo. Não tem explicação. O Brasil é o terceiro produtor de alimentos do mundo, o Brasil é o maior produtor de proteína animal do mundo, produz mais carne no mundo e exporta tudo, então qual é a explicação do povo não ter o que comer?”, indagou.
E ele mesmo acrescentou. “O produtores não tiveram ajuda, o Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) não saiu como devia, para ajudar o pequeno produtor a produzir mais arroz, mais feijão, mais chuchu, mais pimentão. O Bolsa Família não era só distribuição de dinheiro, tinha que levar as crianças na escola, tinha que vacinar. Além disso, é importante lembrar, que foram criados 22 milhões de empregos com carteira assinada. A agricultura familiar produzia comida de sobra neste país. Tudo isso acabou”, disse Lula.
Para André Janones, “o que não acabou foi o preconceito”. “O Paulo Guedes disse que se desse R$ 600 para o povo, ele não ia mais querer trabalhar, como se fosse um bando de vagabundos”, denunciou.
O ex-presidente lembrou que quando nasceu o Bolsa Família, “eles diziam que o povo era vagabundo. Eles diziam que em vez do Lula dar dinheiro para o povo, devia construir estrada, como se o povo pudesse comer cimento”. “Eu vou construir a estrada, mas primeiro eu vou dar arroz, feijão, farinha para o povo comer. Quando ele estiver bastante robusto, aí sim ele vai trabalhar por dignidade porque o que as pessoas querem é viver e cuidar da sua família com o suor do seu trabalho”, destacou.
NÃO PODE ACABAR COM A AUXÍLIO SEM ACABAR COM A FOME
“Essa gente não tem nenhum amor pelo povo, nenhum respeito pelo povo, eles utilizam o povo de forma mais grosseira possível, e em época de eleição”, observou Lula. “Eu só comi pão a primeira vez com 7 anos. Por isso, 72 anos depois, eu não aceito que uma criança não tenha um pão com manteiga ou vá se deitar sem tomar um copo de leite”. “Está na lei que criou o auxilio emergencial atual, que ele acaba em dezembro. Não pode acabar o auxílio emergencial sem acabar com a fome no Brasil”, ressaltou Lula.
Dirigindo-se a Janones, Lula disse: “você que é mineiro, da cidade de Ituiutaba, sabe que o povo mineiro é muito sensível. Não houve uma lágrima sequer dessa gente diante da morte de mais de 680 mil brasileiros. Sobre as vacinas, mentiram, tentaram fazer uma fábrica de corrupção. O Paulo Guedes nem sabe o que é pobre, nem se tem pobre nesse país”.
Eu quero repetir, disse Lula. “Se cair dinheiro na sua conta, pegue, para alimentar seus filhos. Agora, quando chegar as eleições, você sabe o que fazer”. A live se encaminhou para o final com o deputado Janones enfatizando: “com Lula o auxílio emergencial passa a existir no país no próximo ano. Com Bolsonaro, acabou o auxilio emergencial.”