
“O fato é que Bolsonaro não muda ou abandona a política de preço de paridade de importação, o PPI, porque não quer. O PPI não é lei; é decisão do Executivo”, explicou o coordenador da FUP, Deyvid Bacelar
“Privatizar nossas empresas públicas não vai diminuir o preço da gasolina nem resolver os problemas do Brasil. É preciso parar de mentir para o povo”, escreveu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Twitter.
A campanha do pré-candidato Lula começou a entrar nos debates polêmicos e relevantes que afetam gravemente a economia brasileira. Desse modo, o petista pauta o debate com temas que de fato interessam ao povo em geral e aos eleitores em particular.
Por meio do Twitter, o pré-candidato do PT entrou no contencioso da carestia dos preços no País e do discurso privatista dos neoliberais, em particular da campanha à reeleição de Jair Bolsonaro (PL).
Nesta quinta-feira (26) foram dois tuítes. O primeiro critica a onda privatista do governo Bolsonaro, cujo discurso falso e fácil propaga a ideia que para reduzir o preço, por exemplo, dos combustíveis, a saída seria privatizar a Petrobrás.
O discurso de Bolsonaro não é apenas falso. É mentiroso também, pois caso a estatal do petróleo fosse vendida a setores privados internos ou externos, ou ainda, a uma estatal estrangeira, é óbvio que o preço dos combustíveis não cairia. Ao contrário.
É importante que se diga, que a alta no preço dos combustíveis tem relação com a política adotada pela Petrobrás, sob o comando do presidente da República, cujo presidente da empresa é nomeado por Bolsonaro.
Para o coordenador da FUP (Federação Única dos Petroleiros), Deyvid Bacelar essas sucessivas trocas no comando da Petrobrás é “um movimento eleitoreiro e desesperado do presidente da República, Jair Bolsonaro, para tentar se descolar da escalada de reajustes dos combustíveis”.
DESCOLAR-SE DA POLÍTICA DE PREÇOS DA PETROBRAS
De acordo com Bacelar, o interesse do chefe do Executivo é se descolar da política de preços da Petrobrás, que acompanha os preços de importação (PPI) desde 2016.
Na avaliação do dirigente sindical, o próprio Bolsonaro poderia mudar essa política, que é de responsabilidade do Executivo, e não do Legislativo.
Pelas contas da FUP, entre janeiro de 2019 e 10 de maio de 2022 — quando entrou em vigor mais um reajuste do diesel, de 8,8% —, a gasolina, nas refinarias, subiu 155,8%, o diesel 165,6% e o GLP 119,1%.
“O fato é que Bolsonaro não muda ou abandona a política de preço de paridade de importação, o PPI, porque não quer. O PPI não é lei; é decisão do Executivo”, explicou Bacelar.
PAPEL DO GOVERNO
Em outro tuíte, o pré-candidato do PT criticou a incompetência de Bolsonaro e a má gestão do governo em relação às mazelas porque passa o País e a população brasileira, em particular a parcela mais pobre do povo.
“O povo quer paz. Trabalhar, chegar em casa e encontrar a família bem. Fazer a janta, cuidar dos filhos. Ninguém quer pegar osso em açougue. E é papel do governo cuidar e resolver os problemas do povo. É isso que temos que fazer no Brasil. Boa noite!”.
Os índices econômicos e sociais brasileiros não vinham bem desde o início do segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) (2015-2016). Foram agravados na gestão do ex-presidente Michel Temer (MDB) (2016-2018), com o impedimento de Dilma, e a adoção do programa de governo “Uma Ponte para o Futuro”, de caráter francamente neoliberal.
Sob Bolsonaro, o que estava ruim foi bem piorado, e mais agravado em razão da trágica gestão, por parte do governo, da pandemia do novo coronavírus.
A violência urbana aumentou, os índices de desemprego e a precarização do trabalho não param de subir e a carestia dos alimentos, em particular os da cesta básica, estão incontroláveis. Assim, com os dois tuítes, Lula acerta em cheio dois graves problemas do País, que são responsabilidade de Bolsonaro, e define o eixo da campanha, a economia.
M. V.