
Importância da defesa da soberania nacional e da democracia esteve no cardápio do almoço com os comandantes militares
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva encontrou-se nesta sexta-feira (5) com os comandantes das Forças Armadas e o ministro da Defesa, José Múcio, para ultimar os detalhes do desfile militar que será realizado no próximo domingo por ocasião da data nacional da Independência, 7 de Setembro.
No cardápio do almoço entre Lula e os militares também surgiu a necessidade de reforçar o fundamento da soberania nacional, diante dos ataques do governo de extrema direita dos EUA de Donald Trump contra a economia nacional, com o uso de chantagens sobre o Justiça brasileira, em especial, o Supremo Tribunal Federal (STF) que está julgando, neste momento, Jair Bolsonaro e outros 7 réus pela trama golpista contra a democracia.
Na peça acusatória do procurador-geral da República, Paulo Gonet, lida na última terça-feira (2), ficou constatado, mais uma vez, que o golpe de Estado não se consumou graças à resistência oferecida, à época, pelos comandos do Exército e da Aeronáutica, bem como da sociedade brasileira, defensora da democracia e de seus fundamentos.
O próprio presidente Lula já admitiu que as Forças Armadas tiveram um papel fundamental para conter a sanha golpista de Bolsonaro e seu entorno, um motivo fundamental para o estreitamento de relações em um evento informal que tratou da importância da defesa permanente da soberania nacional e da democracia política.
O almoço aconteceu em momento em que o desespero bolsonarista chegou a patrocinar uma minuta de “anistia” com capacidade de perdoar os criminosos mais perigosos do país, inclusive os que atuam no crime organizado, fora da seara política. Portanto, são capazes de tudo para salvar a pele do chefe inelegível, que está prestes a ser condenado e preso.
Participaram do encontro o general Tomás Paiva (Exército), o almirante de esquadra Marcos Olsen (Marinha) e o tenente-brigadeiro do ar Marcelo Damasceno (Aeronáutica). Também foram convidados ex-comandantes que atuaram em gestões anteriores de Lula e o e o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Marcos Amaro.
Segundo auxiliares do governo, não houve uma pauta oficial definida. O gesto busca reforçar o canal de diálogo com os militares e consolidar uma relação que é fundamental para a defesa da democracia e das instituições republicanas, bem como no posicionamento contra as ameaças externas que, nesse momento, são provenientes da Casa Branca.
O ministro José Múcio, que sugeriu o almoço, tem defendido que eventuais responsabilidades de integrantes das Forças Armadas nos atos de 8 de Janeiro de 2023 só sejam definidas pelo Judiciário, evitando desgaste direto com os militares.
A aproximação se dá também às vésperas do desfile de 7 de Setembro, na Esplanada dos Ministérios, que contará com a presença de Lula, Múcio e dos comandantes. O governo avalia que o clima de normalidade na celebração da Independência terá peso diante na afirmação da democracia e da soberania nacional.