Ele substituirá Luís Roberto Barroso no Supremo. Planalto espera rápida aprovação no Senado
O presidente Lula (PT), indicou nesta quinta-feira (20), o advogado-geral da União, Jorge Messias, para ocupar a vaga deixada pelo ministro Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal.
A indicação vai ser enviada ao Senado, onde Messias passará por sabatina na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) antes de ter o nome submetido ao plenário da Casa.
No Planalto, a expectativa é de tramitação célere, com votação ainda neste ano, para evitar que a cadeira fique aberta por muito tempo num momento de julgamentos sensíveis, que envolvem políticas públicas, como do 8 de janeiro de 2023.
CONTEXTO
A escolha de Messias era dada como provável desde que Lula indicou Flávio Dino, no ano anterior, e buscava agora perfil técnico, alinhado à defesa institucional do governo, mas sem fortes tensões políticas.
Barroso deixou a Corte ao quase completar a idade limite de 75 anos, e abriu vaga para a 12ª indicação de Lula ao Supremo na trajetória política como presidente da República.
JORGE MESSIAS
Conhecido como “Bessias” no governo da presidente Dilma (PT) — apelido que herdou de adversários políticos durante a crise do impeachment — Jorge Rodrigo Araújo Messias construiu sólida carreira jurídica.
Ele é servidor de carreira da AGU, onde ingressou em 2005. Atuou como assessor jurídico da Presidência, secretário de Regulação e, desde 2023, ocupa o posto de advogado-geral da União.
Messias consolidou imagem de jurista técnico, de perfil discreto e com trânsito entre ministros do STJ (Superior Tribunal de Justiça), STF e órgãos de controle. Tem defendido publicamente a reconstituição das capacidades do Estado após o desmonte institucional registrado nos últimos anos.
Atuou na reorganização das políticas regulatórias e no contencioso estratégico da União.
A indicação dele à Corte Suprema é interpretada no governo como forma de reforçar a ala jurídica do Supremo com ministro de formação sólida, leal ao projeto democrático e apto a enfrentar, na Corte, temas de alta complexidade federativa.
REAÇÃO NO SENADO
Presidentes de partidos governistas e independentes receberam a indicação como “esperada e técnica”.
Na oposição, o nome deve enfrentar resistência moderada — especialmente de senadores ligados ao bolsonarismo —, que associam Messias ao período do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Ainda assim, o Planalto avalia ter votos suficientes para garantir aprovação com margem confortável no plenário.
RODRIGO PACHECO
O ex-presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que deixou o comando da Casa em fevereiro de 2025, segue construindo seu caminho para 2026.
Ele era um dos nomes cotados à cadeira deixada por Barroso. Era o nome do atual presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (União-AP). Mas Lula o quer na disputa ao Palácio da Liberdade.
Todavia, a intenção principal de Pacheco era o Supremo. Ele disse que encerra a carreira política como senador e chefe do Poder Legislativo que negociou a dívida pública astronômica do Estado de Minas Gerais.











