O presidente Lula determinou, nesta segunda-feira (30), o bloqueio do tráfego aéreo e fluvial na região da Terra Indígena Yanomami, em Roraima, como medida para proteção dos indígenas e combate ao garimpo criminoso.
Essas e outras iniciativas “visam combater, o mais rápido possível, o garimpo ilegal e outras atividades criminosas na região impedindo o transporte aéreo e fluvial que abastece os grupos criminosos”.
Lula planejou as ações em uma reunião com ministros de seu governo, com o comandante da Aeronáutica, Marcelo Damasceno, com a presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joênia Wapichana, e com o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Swedenberger Barbosa.
Os ministros Flávio Dino (Justiça), Silvio Almeida (Direitos Humanos), Sônia Guajajara (Povos Originários), Rui Costa (Casa Civil), José Múcio (Defesa), Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais) também participaram da reunião.
O tema tem sido tratado com prioridade pelo governo Lula, uma vez que o criminoso tratamento do governo de Jair Bolsonaro, assim como seu apoio aos garimpeiros, levou os yanomamis a um estado de calamidade.
“As ações também visam impedir o acesso de pessoas não autorizadas pelo poder público à região buscando não apenas impedir atividades ilegais, mas também a disseminação de doenças”, disse o governo federal em nota.
As medidas deverão ser “feitas no menor prazo, para estancar a mortandade e auxiliar as famílias Yanomami”.
Pelas redes sociais, Lula informou as medidas que foram tomadas. “Reunião hoje para discutir a continuidade das ações emergenciais na Terra Yanomami. Vamos atuar firmemente e o mais rápido possível na assistência de saúde e alimentação ao povo Yanomami e no combate ao garimpo ilegal”, escreveu.
O bloqueio de tráfego aéreo e fluvial, feito por rio, na Terra Indígena Yanomami servirá para atrapalhar a locomoção e organização do garimpo ilegal.
Depois do desmonte dos serviços de segurança e fiscalização pelo governo Bolsonaro, os criminosos passaram a andar livremente pelas terras indígenas, inclusive construindo estradas e pistas de voo.
A ação dos garimpeiros, aliada ao sucateamento das políticas de assistência aos indígenas, fez com que casos de subnutrição e malária entre os yanomamis se tornassem comuns.
Procuradores do Ministério Público Federal (MPF) divulgaram uma nota demonstrando que o governo Bolsonaro foi alertado da catástrofe humanitária que estava sendo vivida pelos yanomamis, mas decidiu não fazer nada e deixá-los à míngua.
O presidente Lula viajou até a região e declarou emergência em saúde pública para acelerar as ações de proteção. Em poucos dias, mais de mil indígenas foram resgatados para terem atendimento médico emergencial.
Foi montado, em Boa Vista (RR), um hospital de campanha, que conta com estrutura da Aeronáutica. FAB e Exército fizeram operações conjuntas para distribuir alimentos e remédios para os yanomamis.
Leia a nota do governo na íntegra:
Presidente Lula faz reunião para dar continuidade a ações emergenciais na Terra Yanomami
Iniciativas visam combater, por exemplo, o garimpo ilegal e outras atividades criminosas na região o mais rápido possível, impedindo o transporte aéreo e fluvial que abastece os grupos criminosos
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta segunda-feira (30/01) para tratar de ações emergenciais para proteção e auxílio ao povo Yanomami com os ministros da Casa Civil, Rui Costa; Justiça, Flávio Dino; Defesa, José Mucio; Povos Originários, Sônia Guajajara; Direitos Humanos, Silvio de Almeida; Minas e Energia, Alexandre Silveira; Relações Institucionais, Alexandre Padilha; o comandante da Aeronáutica, Marcelo Damasceno, com a presidenta da Funai Joenia Wapichana e com o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Swedenberger Barbosa.
As iniciativas visam combater, o mais rápido possível, o garimpo ilegal e outras atividades criminosas na região impedindo o transporte aéreo e fluvial que abastece os grupos criminosos. As ações também visam impedir o acesso de pessoas não autorizadas pelo poder público à região buscando não apenas impedir atividades ilegais, mas também a disseminação de doenças.
Dar assistência nutricional e de saúde ao povo Yanomami, com alimentos adequados aos seus hábitos, e garantir a segurança necessária para que equipes de saúde possam exercer suas atividades nas aldeias também estão entre as prioridades. Assim como garantir rapidamente o acesso a água potável por meio de poços artesianos ou cisternas e medir a contaminação por mercúrio dos rios e nas pessoas.
O presidente determinou que todas essas ações sejam feitas no menor prazo, para estancar a mortandade e auxiliar as famílias Yanomami.