
Participam da iniciativa, além do Brasil, a Espanha, o Chile, a Colômbia e o Uruguai. Regime Trump está se imiscuindo indevidamente nos assuntos internos dos países da América do Sul
Os governos de Brasil, Espanha, Chile, Colômbia e Uruguai realizarão um evento durante a Assembleia Geral da ONU, que se inicia na próxima segunda-feira (22) em Nova York, para discutir maneiras de barrar o avanço do fascismo e fortalecer a democracia na América do Sul e no mundo. Diferente de outros momentos, a atual administração dos EUA, comandada pelo fascista Donald Trump e seu grupo “MAGA”, não foi convidada para o evento.
No ano passado, o presidente Lula já havia organizado o evento “Em defesa da democracia, combatendo os extremismos” em parceria com outros países. Na ocasião, os EUA, sob a presidência do democrata Joe Biden, enviaram representantes, mesmo que se soubesse que eram só de fachada. Agora, com a fascistização mais escancarada do regime americano, a delegação do país não foi convidada para discutir a defesa exatamente do que eles estão destruindo.
O presidente Lula e sua comitiva embarcaram para Nova York às 10h deste domingo (21). Na terça-feira (23), ele fará o discurso de abertura na Assembleia Geral da ONU. A reunião sobre democracia será na quarta (24). A Casa Branca, de forma totalmente arbitrária, cerceou a participação da delegação brasileira na ONU, limitando vistos e impedindo o livre trânsito de autoridades brasileiras em território americano. Especialistas avaliam que agindo desse forma, os EUA estão inviabilizando que a sede do órgão continue no país.
Um dos pretextos para a ação indevida, arrogante e ilegal do governo norte-americano em relação à delegação brasileira à Assembleia Geral da ONU e contra especificamente algumas autoridades brasileiras, é que a Justiça brasileira estaria, em sua visão, perseguindo o chefe da tentativa golpista de 2022/23, o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu grupo, que são cúmplices de Trump em seus ataques ao Brasil
Bolsonaro foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e 3 meses de prisão por ter tentado dar um golpe para permanecer no poder mesmo depois de perder a eleição de 2022. Após a condenação, no último dia 11, autoridades dos EUA prometeram novas sanções contra o Brasil.
A trama golpista previa a anulação das eleições vencidas pelo presidente Lula, a intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a decretação do Estado de Defesa, a prisão de ministros da Suprema Corte e de outras autoridades do país e o assassinato, por envenenamento, do presidente Lula, de seu vice, Geraldo Alckmin e o sequestro e eliminação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Uma minuta com os planos do golpe, a decretação do Estado de Defesa e as outras medidas foi encontrada pela Polícia Federal em computadores de membros da organização criminosa. Além disso, dois comandantes militares, do Exército e Aeronáutica afirmaram em depoimento que Jair Bolsonaro tentou aliciá-los para a atividade golpista.
Além das sanções a autoridades, o governo Trump impôs ao Brasil a maior sobretaxa para seus produtos em todo o mundo. As exportações brasileiras foram sobretaxadas em 50% para poderem entrar no mercado norte-americano. O tarifaço não teve motivação comercial, já que o Brasil é um dos poucos países do mundo que têm déficit comercial com os EUA. O objetivo foi barrar o julgamento de Jair Bolsonaro, que acabou condenado a mais de 27 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe. O governo americano promete novas sanções diante do resultado.