
O presidente Lula afirmou, na Reunião de Cúpula do BRICS de segunda-feira (7), que os países do Sul Global têm “condições de liderar o novo paradigma de desenvolvimento” e devem alcançar tecnologias mais avançadas para não serem “simples fornecedores de matérias-primas”.
O discurso foi feito na abertura do último dia da reunião dos chefes de Estado do BRICS, que está ocorrendo no Rio de Janeiro.
“O Sul Global tem condições de liderar o novo paradigma de desenvolvimento, sem repetir os erros do passado”, disse Lula.
“Não seremos simples fornecedores de matérias-primas. Precisamos acessar e desenvolver tecnologias que permitam participar de todas as etapas das cadeias de valor”, continuou.
Ainda na fala, o presidente Lula enfatizou a necessidade de investimentos para que as metas de desenvolvimento da saúde estabelecidas junto à Organização das Nações Unidas (ONU) sejam alcançadas.
“Implementar o ODS [Objetivo de Desenvolvimento Sustentável] 3 — saúde e bem-estar — requer espaço fiscal”, declarou.
“Não há direito à saúde sem investimento em saneamento básico, alimentação adequada, educação de qualidade, moradia digna, trabalho e renda”.
O BRICS está lançando, durante sua Reunião de Cúpula, a Parceria pela Eliminação de Doenças Socialmente Determinadas. Lula comentou que a iniciativa “propõe superar essas desigualdades sistêmicas com ações voltadas para infraestrutura física e digital e para o fortalecimento de capacidades”.
“Estamos liderando pelo exemplo. Cooperando e agindo com solidariedade em vez de indiferença. Colocando a dignidade humana no centro de nossas decisões”, completou.
Ainda no âmbito da saúde, o presidente Lula destacou a importância de reforçar a atuação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que vem sendo atacada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O órgão é “foro legítimo para o enfrentamento às pandemias e na defesa da saúde dos povos”.
No sentido de desenvolver a saúde nos países mais pobres, “o BRICS está apostando na ciência e na transferência de tecnologias para colocar a vida em primeiro lugar”.
“No Brasil e no mundo, a renda, a escolaridade, o gênero, a raça e o local de nascimento determinam quem adoece e quem morre”, avalia o presidente. “Muitas das doenças que matam milhares em nossos países, como o mal de Chagas e a cólera, já teriam sido erradicadas se atingissem o Norte Global”, concluiu.