“A gente precisa de uma força militar de brasileiros nacionalistas que sabem que não há soberania se o povo não tiver emprego, se o povo não tiver comida, se o povo não tiver educação”, defendeu ele, em Garanhuns
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quarta-feira (20), em ato realizado na cidade de Garanhuns, no interior de Pernambuco, que quer “um país soberano, que tome conta das suas fronteiras terrestres, marítimas, da área espacial. Que cuide das suas riquezas minerais, as que estão no solo e subsolo, na água e no fundo, como o pré-sal, encontrado a quase 7 mil metros de profundidade”.
Ele defendeu que os membros das forças militares “precisam ser nacionalistas” e disse que “não existe soberania sem que a população tenha emprego, comida e cidadania”. “A gente precisava de uma força militar para cuidar disso…, uma força militar de brasileiros nacionalistas que sabem que não há soberania se o povo não tiver emprego, se o povo não tiver comida, se o povo não tiver educação. Se o povo não tiver cidadania, não é possível a gente ter soberania”, afirmou Lula.
Acolhidos por uma multidão, o ex-presidente Lula e o ex-governador Geraldo Alckmin participaram de ato público na cidade de Garanhuns (PE) ao lado de lideranças locais e nacionais da frente Vamos Juntos pelo Brasil. Com ele estavam, além de autoridades da região, o pré-candidato ao governo do Estado, o deputado Danilo Cabral, da pré-candidata a vice, Luciana Santos, do governador Paulo Câmara e da pré-candidata ao senado, Teresa Leitão.
Em discurso emocionado, Lula convidou a população nordestina a fazer uma reflexão sobre que país quer construir para o futuro. E conclamou a população a fazer parte de um projeto de transformação nacional. “Esse país precisa de vocês”, disse Lula.
“Quero que vocês voltem para casa pensando que esse Brasil que querem para vocês e suas famílias é um Brasil que a gente pode construir, e nós já construímos”, anunciou o ex-presidente elencando as conquistas sociais de seus governos, como a geração de 22 milhões de empregos, o fim da miséria com a retirada de 36 milhões da extrema pobreza e a realização do sonho da casa própria para milhões de famílias com o Minha Casa, Minha Vida.
“Esse país vai voltar a crescer, o BNDES vai voltar a financiar emprego e desenvolvimento, com o Banco do Brasil, a Caixa Econômica vai financiar habitação e saneamento básico, vamos recuperar o BNB (Banco do Nordeste) e o Base (Banco da Amazônia), a Petrobras terá preços abrasileirados”, assegurou.
Lula condenou também os mais recentes ataques golpistas de Bolsonaro à democracia, desferidos em um encontro com embaixadores nesta semana. “Ele quer criar caso, desconfiando da urna mas, no fundo, o que ele não quer é que o povo trabalhador desse país vote”, sentenciou Lula.
Lula chamou a atenção para o desespero de Bolsonaro, que resolveu aumentar benefícios sociais, mas tudo com data para acabar, logo após as eleições. “Ele resolveu criar programa de três meses, até dezembro, resolver dar dinheiro para taxista, para motorista, aumentou para R$ 600 [o Auxílio Brasil]. Não fiquem se fazendo de bobo’’, aconselhou.
“Esse país vai ser construído a partir de vocês. Não pensem que o que vai garantir é discurso. Não. O que vai garantir é o que está na cabeça de vocês. Não aceitem fake news, não aceitem mentiras”, pediu Lula, enfatizando a rede bolsonarista que dissemina noticias falsas por aplicativos.
O pré-candidato a vice-presidente, Geraldo Alckmin, classificou a visita de Lula a Garanhuns como histórica e emocionante. “Para voltar o emprego, Pernambuco crescia 7% ao ano, terra do desenvolvimento, volta Lula!”, bradou. Alckmin enumerou diversas conquistas de quando Lula foi presidente, como o aumento real do salário mínimo de 74%, os institutos federais de educação e universidades. “Hoje tem perda, inflação, fome. Contra tudo isso, volta Lula!”
Alckmin agradeceu a Garanhuns por ter dado ao Brasil um estadista, “que não é fruto nem da herança política, nem da fortuna pessoal, mas da luta do povo”. O pré-candidato afirmou que Lula conhece o sofrimento da população mais vulnerável e, por isso, fará um governo voltado para os interesses dos brasileiros.