“Solicitei todas as iniciativas possíveis para que não falte água, luz e remédios em hospitais. Não é possível que os inocentes sejam vítimas da insanidade daqueles que querem a guerra”, disse ele em conversa com Isaac Herzog, presidente de Israel
O presidente Lula conversou na tarde desta quinta-feira (12) com o presidente de Israel, Isaac Herzog, e pediu a ele que apoie a criação de um corredor humanitário para permitir a saída de brasileiros pela fronteira com o Egito. Israel está fazendo bombardeios maciços na região e impedindo a passagem de pessoas para o país vizinho. São 22 brasileiros que estão em Gaza e pediram ajuda ao governo.
Lula também fez um pedido à ONU (Organização das Nações Unidas) por uma intervenção humanitária em Gaza. O presidente está muito preocupado com uma catástrofe humanitária de grandes proporções já que são 2,2 milhões de pessoas sem água, comida ou energia em Gaza. Israel, que já mantinha Gaza cercada, agora não deixa entrar comida e nem água na região.
“Solicitei ao Presidente todas as iniciativas possíveis para que não falte água, luz e remédios em hospitais. Não é possível que os inocentes sejam vítimas da insanidade daqueles que querem a guerra. Transmiti meu apelo por um corredor humanitário para que as pessoas que queiram sair da Faixa de Gaza pelo Egito tenham segurança. E que o Brasil está à disposição para tentar encontrar um caminho para a paz”, afirmou o presidente brasileiro.
Lula agradeceu o apoio à repatriação de brasileiros de Israel, reafirmou a condenação brasileira aos ataques a civis e prestou solidariedade com os familiares das vítimas. Lula pediu, recentemente, que tanto o Hamas quanto a ditadura israelense preservem a vida das crianças.
O cidadão brasileiro de nome Hasan Rabee, que está em Gaza, relatou na quarta-feira (11), em entrevista à GloboNews, que ele e sua família vivem momentos de terror na Faixa de Gaza após a sequência de ataques aéreos feitos por Israel. “Estamos passando um momento muito ruim e de muito terror”, disse ele, que nasceu em Gaza e está na região desde o início de outubro, para visitar os familiares.
Ele denunciou o uso por Israel de armas proibidas internacionalmente, como bombas de fosforo branco. “Minhas filhas, ontem à noite, a gente ficou sem conseguir respirar bem. Ficamos com o olho ardendo por causa do bombardeio de Israel, que usa bomba de fósforo e tem esse cheiro muito ruim. Ficamos com tosse”, relata.
“Está tudo paralisado desde ontem, quando a fronteira na Faixa de Gaza com Egito foi atingida por ataque israelense. A gente estava com esperança até ontem, mas depois disso estamos sem esperança nenhuma do resgate”, completou. Uma criança também brasileira que está numa escola católica em Gaza gravou um vídeo pedindo ajuda e dizendo que a comida está acabando e que eles estão sem energia.
Mais cedo,⁸ o embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer, desmentiu a versão israelense de que haveria brasileiros sequestrados pelos Hamas. O diplomata disse que não há confirmação desta informação dada pelo porta-voz do exército israelense, Jonathan Conricus.
“Houve um boato, uma declaração de um funcionário das forças israelenses de que teria brasileiros [entre os sequestrados]. Depois eles mesmos disseram que não. Oficialmente, nós perguntamos e a resposta foi que nem eles [israelenses], nem a Interpol têm qualquer registro de sequestrados [brasileiros]. É com essa informação que a gente trabalha”, disse o embaixador.