Lula reúne multidão no Rio: “Bozo tem medo da urna eletrônica porque teme o voto do povo”

Lula e Marcelo Freixo criticaram o desgoverno de Bolsonaro. Fotos: Reprodução - TV Globo

Em ato que reuniu uma multidão na Cinelândia, centro do Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (7), o pré-candidato à Presidência da República, ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que Bolsonaro “tem medo de urna eletrônica” por “tem medo do povo”.

“Eu entendo porque o ‘Bozo’ está com medo da urna eletrônica, porque ele está com medo do voto do povo. Porque ele não tem merecimento”, declarou Lula.

Lula disse, ainda que o Rio de Janeiro é um Estado muito importante para o Brasil e que lá seu apoio é para o deputado Marcelo Freixo (PSB), pré-candidato ao governo do Estado.    

“Era preciso acabar com as dúvidas, com rumores aqui no Rio. Queriam desmarcar o ato, eu não quis. Eu não tenho nada contra ninguém, mas aqui no Rio quem eu apoio é o Marcelo Freixo”, falou o presidenciável.

“Eu acho que o Rio de Janeiro é muito importante pro Brasil e não pode ficar aparecendo nos jornais só por causa da violência, das balas perdidas. É sempre nas periferias e com as pessoas mais pobres que acontece isso. (…) É engraçado que essa bala perdida nunca bate no muro, bate sempre em alguém inocente”, acrescentou.

No palco, líderes políticos e apoiadores. Foto: Reprodução – Youtube

Além de Lula, participaram do evento o seu vice, Geraldo Alckmin, a presidente do PT, Gleise Hoffman, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o deputado federal e pré-candidato ao governo do RJ Marcelo Freixo (PSB), o presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, outros políticos e apoiadores.

Marcelo Freixo fez críticas ao governo de Bolsonaro e disse que Lula merece ganhar a eleição no primeiro turno. Ele também lembrou a vereadora assassinada pela milícia no Rio, Marielle Franco.

Eram esperadas 30 mil pessoas, mas o número final não foi divulgado.

BOMBA CASEIRA

Apesar do reforço na segurança, durante o ato, uma garrafa PET de 2 litros com um explosivo dentro foi arremessada por cima do tapume que cercava o perímetro.

Na garrafa havia um líquido marrom, que segundo apoiadores eram fezes. O objeto explodiu ao tocar o chão. Ninguém ficou ferido, mas houve um princípio de tumulto. Em seguida, as pessoas gritaram “fora, Bolsonaro”.

Organizadores do evento pediram calma e informaram que havia segurança no local para proteger os manifestantes.

Um suspeito de arremessar o artefato foi preso pela PM.

A assessoria de imprensa de Lula disse que “estouraram 2 artifícios de fogos, causando barulho, jogados de fora para dentro da área do ato. Não tinham fezes, fizeram barulho, mas ninguém se feriu nem houve tumulto”. O ex-presidente Lula não estava ainda no local do ato na hora do ocorrido.

Foto: Reprodução

FAVELAS

Na parte da manhã, Lula participou de um encontro com representantes de favelas do Rio de Janeiro ao lado de Marcelo Freixo.

O ex-presidente assinou o documento Plataforma Política das Favelas e Plano de Redução da Letalidade Policial, entregue pela FAFERJ.

A entidade sugere no documento a construção de um novo plano de redução de letalidade policial com “ampla participação de líderanças comunitárias do estado”.

Participou do encontro a família de Kathlen Romeu, jovem morta aos 24 anos, quando estava grávida, durante ação policial no Complexo do Lins, em julho de 2021

SAMBA

Na noite da quarta-feira (6), Lula teve um encontro com trabalhadores do samba na quadra da Unidos da Tijuca, no Rio de Janeiro (RJ).

Ele defendeu a valorização da cultura nacional e de seus trabalhadores, desde os que empurram os carros alegóricos e os que fazem as fantasias e alegorias, até os que desfilam no alto deles, como destaques.

“Cultura é arte, é emprego, é trabalho e a gente vai com respeito o pessoal da cultura que ficou passando privações por conta da política de destruição que esse atual presidente da República fez com a cultura em nosso país”, disse o ex-presidente, que chamou atenção para o valor da festa para a cidade. “Vi um material da prefeitura do Rio dizendo que o Carnaval trouxe a bagatela de R$ 4 bilhões para os cofres da cidade. Antes da pandemia, rendia R$ 8 bilhões”, disse.

O ex-presidente voltou a expressar sua intenção de recriar o Ministério da Cultura. “O papel do Estado é garantir que as pessoas conheçam o Brasil na sua plenitude”, afirmou. “Precisamos tratar o samba como uma indústria de geração de oportunidades para o povo brasileiro”.

“Quando a gente está sentado na frente da televisão, não se dá conta que todas aquelas coisas maravilhosas alguém fez, e normalmente quem fez são as pessoas mais humildes, que ficam empurrando o carro alegórico, mas que têm tanta importância quanto aquele que está em cima, representando a alegoria. A gente não se dá conta de quantas mulheres trabalham em suas casas ou no barracão da escola, fazendo as fantasias que nós achamos maravilhosas e parecem que foram importadas de um país muito rico e, na verdade, foram feitas pelo povo pobre e trabalhador”, destacou Lula.

Para o ex-presidente, a ausência da festa popular em 2021 foi algo que deixou o país mais triste. “Se alguém tinha dúvida da importância do Carnaval para a construção da cultura deste país, a gente precisa olhar como esse país ficou triste em 2021, quando não houve Carnaval em nenhum estado. Como esse país ficou empobrecido e viu desaparecer o sorriso da fisionomia das pessoas mais humildes”, lamentou.

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