O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva se solidarizou com os atingidos pelas fortes chuvas dos últimos dias, que causam estragos e interditam rodovias pelo Brasil.
Lula, que assumirá o governo no dia 1° de janeiro, reafirmou o compromisso do futuro governo de atuar na mitigação dos estragos e no fortalecimento das ações de prevenção e controle de desastres naturais.
“Estamos em uma época do ano de muitos desastres ambientais. As chuvas nesta semana causaram deslizamentos e rodovias interditadas em diversos estados do país. Minha solidariedade aos atingidos. Temos o compromisso de reestruturar e fortalecer as políticas de prevenção“, escreveu no Twitter.
A manifestação do presidente eleito contraria a lógica do governo Bolsonaro que cortou, todos os anos, verbas para a prevenção e mitigação dos problemas causados pelas chuvas.
O ano de 2023 terá o menor orçamento federal para obras de encostas e de prevenção de sua história: a previsão é 95% menor. Isso após um ano marcado por tragédias relacionadas às fortes chuvas no país.
A verba proposta pelo MDR (Ministério do Desenvolvimento Regional) para o próximo ano é de apenas R$ 2,7 milhões, a menor para esse tipo de obra desde a criação da rubrica, em 2012.
Em 2021, o atual governo empenhou apenas R$ 918,6 milhões para a área responsável pela prevenção, no país inteiro, das consequências de eventos climáticos extremos. Em 2020, o montante destinado para o setor foi de R$ 1,63 bilhão. Já em 2022, os recursos para a Defesa Civil foram reduzidos a 43%. Não por outro motivo, os temporais que atingem as regiões Sul e Sudeste provocaram a interdição de diversas rodovias pelo país.
Em Santa Catarina, dez municípios já decretaram situação de emergência; em Minas Gerais são 96. A Defesa Civil Nacional informou, nesta quarta-feira (21), que é alto o risco de deslizamentos em regiões de Minas e Espírito Santo. Também é alta a possibilidade de enxurradas, inundações e alagamentos nos dois Estados, bem como no Rio de Janeiro.
Em São Paulo, a rodovia Rio-Santos (BR-101) está totalmente bloqueada no trecho entre o km 35, próximo à praia de Itamambuca, em Ubatuba, até o km 591, na região de Patrimônio, em Paraty (RJ), nos dois sentidos.
Segundo o jornal “Folha de S.Paulo”, a concessionária CCR RioSP, que administra o trecho, confirmou que a interdição ocorre devido ao risco de deslizamentos de terra no local, atingido por fortes chuvas desde o início da semana.
A empresa diz, ainda, que a medida é temporária e que uma nova avaliação deve ser feita nesta quinta (22), para análise de possibilidade de liberação da via.
No Paraná, as duas principais rodovias que ligam o Estado a Santa Catarina estão parcialmente interditadas por causa de deslizamentos de terra. Uma delas, a BR-376, chegou a ficar totalmente bloqueada na terça (21) e pode voltar a ter o tráfego interrompido a qualquer momento. Na BR-277, o tráfego segue em meia pista, também devido a desmoronamentos na via.
Em Santa Catarina, a BR-101 também funciona com bloqueio parcial no trecho de Palhoça, no Morro dos Cavalos, devido às chuvas. A mesma rodovia está interditada no Espírito Santo, na altura do no km 71, no município de São Mateus. Também há bloqueio parcial no km 249.
Outros trechos da BR-101 no Estado estão com desvios de trânsito no sistema Pare e Siga por causa de queda de barreiras ou excesso de água na via.
Também há interdições nas estradas estaduais do Espírito Santo. A ES-010 tem bloqueio total nos km 186 e 188, entre Palmital e Barra Nova, além do km 91 da ES-315, em São Mateus, onde o rio transbordou. Ainda foram totalmente bloqueadas pelas chuvas a ES-230, em Vila Valério, e a ES-405, em Ecoporanga.
Nas estradas federais que cortam Minas Gerais, até a tarde desta quarta (21), verificaram-se interdição parcial na BR-262, km 387, em Florestas, por afundamento de pista. O mesmo aconteceu no km 342 da BR-381, em Bela Vista de Minas. As condições de tráfego também estão prejudicadas na BR-116, altura do km 164 em Padre Paraíso, e no km 275 da BR-114, em Teólifo Otoni.
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