O governo Lula ajudou a Argentina, de forma emergencial, com 44 milhões de m³ de gás natural da Petrobrás antes que sua economia fosse afetada pelo desabastecimento.
O presidente argentino, Javier Milei, não mantém qualquer relação com o governo Lula e disse, durante a campanha, que iria cortar relações com o Brasil.
No entanto, precisou da ajuda do governo brasileiro para destravar a compra de gás natural liquefeito (GNL) e evitar um desastre em sua economia. A compra foi feita no dia 22 e, no dia 28, o navio da Petrobrás já estava na Argentina para entregar o produto, esperando somente a liberação.
No entanto, o governo argentino apresentou uma “carta de crédito” que não tinha as informações necessárias para concretizar a transação e, por isso, o documento não foi aceito pela Petrobrás.
O governo de Javier Milei chegou a avisar as empresas que haveria um desabastecimento de GNL, que é essencial em fábricas e até no uso doméstico, e elas deveriam cortar o consumo. Algumas fábricas compraram gás por conta própria para não interromper suas atividades.
Foi então que a ministra de Relações Exteriores da Argentina, Diana Mondino, entrou em contato com o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, para tentar contornar a situação. Vieira contatou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que passou a tratar do tema pessoalmente.
No dia seguinte, a questão estava solucionada com a emissão de uma nova carta de crédito, dessa vez com todas as informações necessárias para a transação e o gás foi liberado. Mauro Vieira informou diretamente a chanceler argentina.
O governo brasileiro avaliou que era uma situação de emergência para um “país amigo” e que “havia claramente um grau de urgência nas ligações” feitas pelos argentinos, dada a gravidade do assunto.
Diz ainda que não houve interferência política, mas que era uma “questão puramente comercial”, não tendo sido quebrada nenhuma regra interna da Petrobrás.
O governo de “ajuste fiscal” de Javier Milei, sem qualquer planejamento, deixou faltar gás natural no momento em que o frio faz com que o consumo se eleve.
Milei optou por aumentar a importação de gás da Petrobrás ao invés de investir na conclusão de obras em gasodutos que permitiriam a substituição por gás produzido no próprio país.
Ao mesmo tempo, com autorização do governo Milei, as contas de gás começaram a ter aumentos médios 380%, sob a argumentação de que as distribuidoras deveriam “restaurar a rentabilidade”.