47% dizem que votariam para reeleger o presidente Lula daqui a dois anos, maior percentual entre todos os possíveis presidenciáveis. 55% acham que ele não merece reeleição
A primeira pesquisa Genial/Quaest sobre a próxima eleição presidencial mostra que o presidente Lula vence a eleição no caso de se candidatar à reeleição. Ele encontra apoio para um novo mandato no Nordeste (lá, 60% dos entrevistados dizem que ele merece mais uma chance na Presidência e 38% discordam), entre aqueles que ganham até dois salários mínimos (54% a 43%) e que possuem até o Ensino Fundamental (54% acham que ele merece outra chance e 44%, não).
No total, 47% dizem que votariam para reeleger o presidente Lula daqui a dois anos, maior percentual entre todos os possíveis presidenciáveis. Para 55%, o presidente Lula não deveria ser reeleito em 2026. Apesar desse cenário, nenhum outro nome supera o petista em potencial de voto.
Outros nomes do PT também foram contemplados na pesquisa, mas suas chances de voto se mostraram significativamente menores em comparação com Lula: 32% votariam no ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e 10% votariam na presidente do PT, Gleisi Hoffmann.
Depois de Lula, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) surge como o segundo nome que tem, numericamente, mais chances de angariar votos em 2026: 39% dos entrevistados votariam no ex-mandatário. Mas a parcela daqueles que não votariam é majoritária: 54%. Além disso, o nome do ex-presidente não poderia nem estar na pesquisa porque ele está inelegível após sentença condenatória do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A pesquisa presencial foi realizada entre os dias 2 e 6 de maio, ou seja, após o início da tragédia que atinge o Rio Grande do Sul. A Quaest ouviu 2.045 brasileiros de 16 anos ou mais em todos os estados. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais e o nível de confiança é de 95%.
Por determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro está impedido de disputar um cargo público até 2030. Em junho do ano passado, a Corte entendeu que o ex-presidente praticou abuso de poder político e usou indevidamente meios de comunicação ao atacar as urnas eletrônicas em reunião com embaixadores. Por isso, ele não poderá concorrer em 2026.
A gestão de Lula tem direcionado esforços para melhorar a avaliação do governo, que na última pesquisa Quaest, divulgada no início do mês, teve nova variação negativa. O percentual dos que aprovam o trabalho do Executivo federal oscilou de 35% para 33% em relação a fevereiro, enquanto as percepções negativas sobre a gestão petista passaram de 34% para 33% no período.
No cenário em que Bolsonaro continua inelegível, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro é apontada por 28% dos eleitores como o melhor nome para enfrentar Lula em 2026. O que pode dificultar uma possível empreitada de Michelle rumo à Presidência é a sua alta rejeição: 50% não votariam nela em nenhuma hipótese.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem 24% de preferência no cenário sem Bolsonaro, ou seja, está empatado no limite da margem de erro com a ex-primeira-dama. Mas a rejeição de Tarcísio é 20 pontos percentuais menor do que a de Michelle, e quase quatro em cada dez eleitores não conhecem o ex-ministro da Infraestrutura de Bolsonaro, o que é considerado um ativo eleitoral.
Embora seja visto como um possível substituto de Bolsonaro, Tarcísio tem a reeleição ao governo paulista em seu horizonte, ao menos por enquanto. Segundo aliados, o governador não cogita disputar a Presidência contra Lula se as chances de derrota forem altas. Hoje, o cenário se mostra desfavorável: em eventual disputa entre Lula e Tarcísio em 2026, 46% votariam no petista e 40% no governador, mostra a Quaest.
O Nordeste garantiria a vitória de Lula, diz o Instituto. Na região, 66% votariam em Lula e 25% em Tarcísio. O presidente também leva vantagem entre o público feminino (tem 50% contra 33%) e em todas as faixas etárias. O governador sai na frente no Sudeste (marca 45% contra 39% de Lula) e no Sul (46% a 41%). No Norte e Centro-Oeste o placar ficaria em 43% para o governador e 40% para o petista, empate técnico na margem de erro.