Disseram que a economia estava de vento em popa, quando o Produto Interno Bruto está patinando em -0,1%, depois de cair mais de 4% em 2020. Guedes diz que presidente é ‘sensível’ e Bolsonaro anuncia mais aumentos de combustíveis
Um dia após a debandada da equipe econômica do governo, e diante dos boatos da queda do ministro da Economia, que resultaram no sobe e desce da Bolsa e na disparada do dólar, Bolsonaro e Guedes deram uma coletiva à imprensa e dispararam mentiras e fake news sobre a situação econômica do país. Os dois lunáticos tentaram pintar um ‘céu de brigadeiro’, quando na verdade o país está numa verdadeira tempestade.
ECONOMIA DE VENTO EM POPA COM PIB NEGATIVO
Bolsonaro disse que a economia estava em vento em popa em 2019, quando o Produto Interno Bruto na verdade patinava em 1,4%. Depois caiu mais de 4% em 2020. Agora, no primeiro trimestre de 2021, ficou em pífios 1,2% e, no segundo, foi negativo em 0,1%. Mesmo assim, os dois tentaram vender a ideia de que o país está se recuperando. Não há nenhum dado da realidade que comprove esse delírio.
Sem apresentar nenhuma solução para os problemas gravíssimos vividos pela população, como a disparada do desemprego, dos preços dos alimentos e da gasolina, Bolsonaro ainda tentou pela enésima vez responsabilizar as medidas sanitárias tomadas pelos governadores contra o vírus pelo fracasso de seu desgoverno.
Ao dizer que a inflação se agravou no mundo todo, que “não é exclusiva do Brasil”, Bolsonaro tenta se esquivar do sua responsabilidade. Enquanto ele passeia de moto a todo instante, os preços dos combustíveis, da energia elétrica e do gás de cozinha explodiam. A inflação fugia do controle e já atingia dois dígitos, a maior desde 1994. Nada foi feito por ele para enfrentar essa situação. Ele dizia que não haveria intervenção do governo, que o mercado resolveria. Segundo a pesquisa do Ibre/FGV, o Brasil deve fechar o ano com inflação maior do que 83% dos países.
E Bolsonaro e Guedes dizendo que o Brasil está uma maravilha. É muito cinismo e falta de respeito. Entre as causas da disparada da inflação estão exatamente os preços administrados pelo próprio governo, como os combustíveis e a energia elétrica. São decisões tomadas por Bolsonaro e por seu ministro da Economia que estão levando o país ao caos.
BOLSONARO ANUNCIA MAIS AUMENTOS DE COMBUSTÍVEIS
Bolsonaro disse que o aumento do preço do combustível não é culpa dele, é da Petrobrás, que ele só indica o presidente da estatal. Só que o presidente da estatal afirmou, recentemente, que é a política do Planalto que está sendo seguida pela empresa.
É de Bolsonaro e do Planalto a decisão de beneficiar as multinacionais e os importadores com a política criminosa de manter os preços dos combustíveis dolarizados. Mas ele acha que pode dizer que não tem nada com isso. E mesmo tentando pintar uma imagem colorida e falsa da crise em que seu governo enfiou o Brasil, Bolsonaro teve que admitir que um novo aumento dos combustíveis será anunciado nos próximos dias. Ou seja, não há encenação que esconda que a situação está ruim e vai piorar.
Ele diz que se preocupa com os caminhoneiros, mas no mesmo momento, anuncia mais aumentos nos combustíveis. Está apagando incêndio com gasolina. Depois não adianta incluir os caminhoneiros no bolsa família. Eles já disseram que isso é muito pouco para enfrentar o caos vivido pela categoria com a disparada dos preços do diesel.
Guedes tem a cara de pau de dizer que o Brasil é o país que melhor se saiu na pandemia. É mentira. O Brasil caiu 4,1% no ano passado e as previsões para este ano estão caminhando para menos de 1%. Ou seja, depois de um tombo, o país não está se recuperando. Essa é que é a verdade. Segundo o FMI, o Brasil está numa situação pior do que 16 países de economia avançada e emergente. Então só na cabeça doentia de Guedes e Bolsonaro o país “está muito bem” e que foi quem “melhor se saiu na pandemia”.
O que Guedes e Bolsonaro devem estar achando bom mesmo é o seu desgoverno ter colocado o Brasil como campeão mundial, não de crescimento econômico, com dizem eles, mas em número de mortos de Covid-19 por milhão de habitantes. Em número absoluto de mortos, ou seja, 605 mil brasileiros vítimas da Covid, colocam o Brasil como o segundo do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos.
Especialistas foram categóricos: o comportamento criminoso do governo fez com que centenas de milhares de pessoas perdessem a vida desnecessariamente. O atraso de Bolsonaro em adquirir vacinas foi responsável por esta tragédia que eles agora querem pintar de cor de rosa. E, pior ainda, o negacionismo de Bolsonaro não só matou, mas também prejudicou a economia do país. Prolongou a permanência da circulação do vírus.
A ignorância de Bolsonaro, sua sabotagem às vacinas e o estímulo a que mais brasileiros se infectassem, naquilo que ele chamou de “imunidade de rebanho”, prolongaram a pandemia e, além das mortes, trouxeram mais problemas sociais, agravando o desemprego, a miséria e a fome.
SE DEPENDESSE DO GOVERNO, AJUDA EMERGENCIAL SERIA DE APENAS R$ 200
O governo resistiu o quanto pode a aprovar a ajuda econômica para enfrentar a pandemia, só queriam que a ajuda fosse de R$ 200. O Congresso Nacional teve que atropelar a inação do governo e aprovou uma ajuda emergencial de 600 reais. Agora inventam a fake news de que o governo atendeu plenamente as necessidades criadas pela pandemia. Se dependesse só de Bolsonaro, não haveria nem vacinas até hoje.
Disseram na entrevista que o Brasil foi quem mais gastou com a pandemia. Não é verdade. Outra mentira deslavada. O Brasil gastou 7,5% do Produto Interno Bruto (PIB) frente 18,6% dos Estados Unidos e 19,2% da Espanha, só para citar dois exemplos. Realmente o governo deu grandes “injeções de liquidez” aos bancos. Mais de 1,2 trilhão foram repassados aos bancos. Já, para a população, o valor foi muito menor, R$ 557 bilhões, e por muito pouco tempo.
Os dados concretos mostram que Guedes está delirando quando diz que a economia do país voltou em “V”. Nem ele acredita nessa mentira. Depois do tombo de 2020 o país está mantendo a produção industrial no negativo e as previsões de PIB, com já dissemos, estão perto de 1%. Ou seja, não há “V” coisa nenhuma. Em 2020, o Brasil encerrou o ano batendo recorde na taxa de desemprego, com mais de 14 milhões de desempregados, 33,3 milhões pessoas sem carteira assinada, 22,7 milhões trabalhando por conta própria e 5,5 milhões de desalentados. Não há alteração significativa desses números em 2021. Com um agravante: somando a toda essa desgraça veio agora a disparada da inflação.
Citando os 16 milhões de brasileiros que estarão no seu novo bolsa família, Bolsonaro não se referiu aos 20 milhões que estão na pobreza extrema e mais de 100 milhões que vivem a insegurança alimentar, fruto do seus desgoverno. Mesmo diante dessa tragédia toda, Bolsonaro boicotou a ajuda aos “invisíveis”, reduzindo o auxílio emergencial de R$ 600 aprovado pelo Congresso para R$ 250, em média, e também reduziu o número de beneficiados.
GUEDES QUER MAIS AUMENTO DE JUROS
Guedes fala em preocupação de Bolsonaro com os pobres, mas é pura demagogia e enrolação. É discurso da boca para fora. Faz isso só porque ele está caindo nas pesquisas de opinião. O governo não promoveu qualquer política de geração de emprego, de melhoria salarial, de aumento dos investimentos públicos em obras de infraestrutura, em ciência e tecnologia, em educação. Pelo contrário, o governo só vem cortando verbas desses setores e desmontando o Estado nacional.
E agora, com o país à deriva e a economia em frangalhos, ele anuncia uma pífia ampliação do bolsa família. Tudo para fazer de conta que há alguma preocupação real com os problemas sociais. Na verdade, apesar de anunciar que vai ampliar em 3 milhões o beneficiários e elevar o bolsa família para R$ 400, o que Bolsonaro fez de concreto até agora foi transformar um programa que era permanente em um programa que só terá recursos até o final de 2022. E para essa pequena ampliação no bolsa família, ele está dando um calote dos precatórios, cortando em outros setores e dando pedaladas fiscais. Tudo com a recomendação de Guedes para que o governo continue aumentando a taxa de juros.