O presidente argentino, Mauricio Macri, na primeira semana de 2018 decretou a ampliação de uma autorização para emitir 15 bilhões de dólares com bônus com jurisdição nos Estados Unidos e Inglaterra, onde o país renuncia à defesa de imunidade soberana, segundo foi publicado na quinta-feira, 04, no Boletim Oficial do governo.
Pelo decreto 2 o Ministério de Finanças é autorizado a emitir uma nova dívida nas condições regulamentadas em 2017 pelo Decreto 29 que estabelece que os títulos públicos seriam emitidos sob jurisdição de Nova Iorque, onde o poder judiciário é servil aos fundos abutres que tanto prejuízo causaram ao país ou de Londres, de características similares, ambos centros financeiros a mando das elites transnacionais. Os bancos que coordenaram a operação foram o Citigroup, Deutsche Bank, HSBC, Santander, e BBVA.
O decreto original já havia sido denunciado penalmente pelo advogado constitucionalista Eduardo Barcesat, já que inclui como garantia por possíveis não cumprimentos os recursos naturais, como o campo de petróleo Vaca Muerta, na Patagônia.
Durante os primeiros dois anos do governo de Mauricio Macri os dólares obtidos pelo endividamento não foram utilizados para o desenvolvimento econômico, mas para fazer frente ao pagamento de importações, remessas de lucros e dividendos de multinacionais, financiamento de viagens ao exterior, cancelamento dos vencimentos de dívidas e reposição da fuga de capitais.
Em seu decreto de início de 2017, Macri tinha acertado a soma de 20 bilhões de dólares para emitir dívidas no exterior, mas logo depois ampliou por mais 12,5 bilhões e agora volta a fazer a mesma coisa por 15 bilhões. Ao todo são 47,5 bilhões de dólares para se endividar sob jurisdição estrangeira em duas cidades que são os bastiões dos Fundos Abutres. Com garantias que vão desde o petróleo até porções de território nacional.