O presidente da Argentina, Maurício Macri, aumentou a taxa de juros para 45%, atendendo as exigências do Fundo Monetário Internacional (FMI) e sua cartilha neoliberal, que tem arremessado o país em uma profunda crise econômica. A reunião do Comitê de Política Monetária aconteceu na terça-feira (13).
Tentando esconder que seus atos somente aumentam a transferência de recursos do Estado para os bancos privados e fundos especulativos, Macri justifica a alta nos juros dizendo que é para controlar a inflação.
O país, que já está sofrendo uma crise econômica, perderá ainda mais com medidas deste tipo. Antes dessa última alta de juros, quando a taxa estava em 40% nominais e 6% reais, já se situavam como as maiores do mundo.
Agora, com a taxa nominal em 45% e com expectativa de inflação em torno de 34%, com os juros reais atingindo a impressionante taxa de 12% reais, a Argentina, que pegou junto ao FMI um empréstimo de 50 bilhões de dólares, terá de se submeter aos mandos deste.
Macri vendeu, por este montante de dólares, a soberania do país. Para abaixar os juros, rever metas de inflação ou modificar sua política cambial, o FMI terá que ser consultado. E, caso não seja de interesse do “mercado internacional”, as mudanças não deverão ser implementadas, sejam quais forem os prejuízos para os argentinos.
PEDRO BIANCO