Macron derrota Le Pen e é reeleito presidente da França

Le Pen ganhou pontos ao ocultar suas piores posições. Macron perdeu apoios pelos ataques aos direitos sociais no mandato. (AFP)

Pesquisas de boca de urna apontam 58,2 para Macron e 41,8% a Le Pen. Resultado expressa clara rejeição dos franceses à política de extrema direita mas aponta enfraquecimento de Macron após mandato de cinco anos de política neoliberal e submissão aos EUA: Macron perdeu 8 pontos percentuais e Le Pen ganhou 8 frente a 2017

O presidente da França, Emmanuel Macron, venceu o segundo turno das eleições presidenciais que disputou contra Marine Le Pen, indicam as primeiras projeções.

Segundo estimativas da Ipsos-Sopra Steria, publicadas pelo site Le Parisien, o atual presidente francês deve ter obtido o apoio de 58,2% dos eleitores, enquanto Le Pen, 41,8%.

Já as projeções do Instituto Elabe, transmitidas pelo canal de notícias BFMTV, indicam que 57,6% dos votos iriam para Macron e sua rival receberia 42,4%.

Logo após a divulgação das primeiras pesquisas de boca de urna, Le Pen declarou que aceitava sua derrota nas eleições. A política de extrema-direita ressaltou que não quer encerrar sua carreira e que pretende participar das eleições legislativas e considerou que o resultado obtido hoje é um sucesso, pois há 5 anos foi derrotada por mais de 30 pontos (66% contra 34%) por Emmanuel Macron.

De fato, apesar da vitória, o desempenho de Macron foi pior se comparado com o de 2017. Ela teve 8 pontos percentuais a mais de votos neste ano.

Um fato marcante a ser ressaltado deste segundo turno é que o nível de participação, de acordo com as primeiras estimativas, às 17h (hora local) estava em 63,2%, quase dois pontos a menos que no primeiro turno. Um nível de abstenção não visto desde 1969, informou o jornal Le Monde.

As propostas de Le Pen não foram diferentes das que defendeu antes em temas como imigração, mas agora ela não insistiu muito nesse tema; centrou mais no custo de vida e temas econômicos, que são o ponto fraco de Macron e da sua política neoliberal.

Uma reportagem do “New York Times” sobre a trajetória ascendente da extrema direita na França aponta que nas últimas décadas os representantes desse segmento político no país adotaram uma tática semelhante à dos políticos desse espectro nos Estados Unidos: criaram seus canais de comunicação, adotaram códigos para atrair pessoas mais jovens e se esforçam para inventar “guerras culturais”.

Apesar do discurso xenófobo, Le Pen apresentou propostas para a economia interna que a ajudaram a enfrentar a política de Macron que segue as orientação dos EUA, como a idade mínima para se aposentar que ela prometeu diminuir.

Macron se tornou o primeiro político a conseguir a reeleição desde 2002, quando o conservador Jacques Chirac derrotou o pai de sua rival, o ultra-reacionário Jean-Marie Le Pen.

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