Made in USA: líder da Assembleia Nacional se arvora presidente da Venezuela

Juan Guaidó, líder da AN, disse estar pronto para assumir o cargo de presidente da Venezuela e de imediato recebeu apoio de Washington. (AFP)

Nesta terça-feira o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, recebeu um telefonema de apoio do vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, exortando a que o opositor, como líder do “único cargo democrático do país”, lute contra o “usurpador” Nicolás Maduro.

Dirigente de um parlamento de maioria oposicionista, Juan Guaidó afirmou que está pronto para assumir “os poderes para o cargo na presidência da República”. Pouco depois de concluir um ato bastante esvaziado em Caracas, ele recebeu o “reconhecimento” do uruguaio Luis Almagro, secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) – expulso da Frente Ampla por traição – e o respaldo do Grupo de Lima, que inclui 12 governos subordinados a Washington, entre eles o de Bolsonaro, que passou a “não reconhecer” Maduro.

Chefe do comando de campanha de Henri Falcón, principal candidato da oposição nas eleições presidenciais, Cláudio Fermín afirmou ser inquestionável que Maduro é o presidente da Venezuela, ainda que discorde de seu governo.

Para Fermín, “no sistema político venezuelano o que conta é a presença e não a ausência”, por isso é incorreto o argumento de que Maduro não teria legitimidade pelo fato de ter obtido somente 31,25% dos votos do padrão eleitoral, pois ainda que tenha havido 53,93% de abstenção, contou com o apoio de 67,84% dos que foram às urnas. Maduro obteve 6.268.864 votos, com 4.320.906 acima de Falcón.

“Há gente fazendo planos políticos porque supõe que não há um presidente, a mim parece que o primeiro que temos de fazer é aterrisar, ver os fatos. Não falsifiquemos a realidade”, assinalou.

Rechaçando a argumentação sobre o “baixo índice de apoio”, o jornalista uruguaio Aram Aharonian lembrou que “o presidente dos EUA, Donald Trump, obteve 46,09% dos votos nas eleições de novembro de 2016, nas quais houve 44,6% de abstenção. Sua votação, portanto, “representa 20,55% do padrão eleitoral”. Da mesma maneira, disse, o presidente da Argentina, Maurício Macri, obteve “apenas 23,7% do padrão eleitoral” e o presidente do Chile, Sebastián Piñera, 26,75%.

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