O ex-judante de ordens já tinha revelado que a mulher, Michelle, e o filho “zero três” de Bolsonaro também insistiram na ação criminosa. Malta negou e jurou que só consolava o “mito” pela derrota
O depoimento do tenente-coronel Mauro Cid à Polícia Federal já havia revelado que Michelle e Eduardo Bolsonaro eram instigadores do golpe para manter Bolsonaro no poder mesmo perdendo as eleições. Agora, ele acrescentou outros nomes à lista de golpistas. Magno Malta (PL-ES) e Onyx Lorenzoni (PL-RS) também tramaram a intentona fascista junto com Bolsonaro.
Os dois novos denunciados de instigaram a ação criminosa tiveram reações diferentes, Magno Malta disse que “em nenhum incentivei o ex-presidente a praticar atos ilegais”. Ele jurou que ficou apenas consolando Bolsonaro pela derrota e que só “fazia orações e leitura da Bíblia”. Já Lorenzoni está caladinho e não deu nenhuma declaração até agora sobre as revelações bombásticas de Mauro Cid.
A PF já sabe que os ataques terrorista às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro foram a última tentativa das hordas fascistas para criar um clima de caos no país e propiciar o clima para o golpe. De acordo com a Polícia Federal (PF), investigadores já têm informações suficientes para indiciar o Bolsonaro e os demais golpistas por crimes como o planejamento de uma ruptura institucional no Brasil.
O ex-ajudante de ordem havia dito também que Jair Bolsonaro consultou militares em relação à maneira como poderia ocorrer um golpe. No celular do coronel, investigadores haviam encontrado uma minuta para um golpe de Estado no País com a decretação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
As mensagens de Mauro Cid, que assinou um acordo de colaboração premiada com a PF, periciadas pelos investigadores, revelaram que o Exército foi fundamental para impedir a aventura golpista de Bolsonaro e seu bando. Ele havia tentado envolver as Forças Armadas em acusações de fraude nas eleições. O comandante da Marinha, Almir Garnier, teria aceitado participar de golpe e também foi indiciado pela CPMI do Golpe.
No mês passado, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) condenou Bolsonaro a uma pena de oito anos de inelegibilidade por abuso de poder político, uso indevido de meios de comunicação e conduta vedada nas comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil em 2022, pouco antes das eleições gerais, em outubro daquele ano. Ele havia usado o 7 de Setembro para atacar a democracia e insuflar o golpe.
A decisão de inelegibilidade de Bolsonaro por oito anos tomada pelo TSE teve como principal motivação a reunião com embaixadores no ano passado, em Brasília (DF), onde ele acusou sem provas o sistema eleitoral brasileiro de não ter segurança contra fraudes. As punições de inelegibilidade de diferentes ações não são cumulativas com a primeira condenação.
Mauro Cid foi preso em maio em uma operação contra fraudes em cartões de vacinação. Em setembro, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes aprovou a colaboração do tenente e concedeu liberdade provisória a ele. Também em seus depoimento, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro confirmou a atuação do chamado “gabinete do ódio”, grupo de assessores bolsonaristas participantes de um esquema ilegal com o objetivo de espalhar notícias falsas contra opositores. Ele acusou o filho de Bolsonaro de ser o chefe deste núcleo.