Temperatura política sobe e aumenta pressão para convocação do Parlamento
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou no início da noite de terça-feira (05/01), em Brasília, que é um “absurdo, algo muito grave” a declaração de Bolsonaro de que “não consegue fazer nada” diante da grave situação em que o país se encontra por conta da pandemia, agravada pela crise econômica.
Maia lembrou os esforços dele para convocar extraordinariamente o Congresso Nacional no mês de janeiro, antes do reinício legislativo dos trabalhos, em fevereiro, “exatamente para tentar resolver os problemas mais urgentes do país”.
O presidente da Câmara enumerou as urgências: a vacinação contra o coronavírus, o fim do auxílio emergencial e uma eventual ampliação do programa Bolsa Família.
“Mas tanto o governo quanto a sua base no Congresso trabalharam contra. Acharam que serviria a interesses eleitorais da sucessão na Câmara”, sentenciou, acrescentando que “agora a gente está vendo que o governo preferiu parar os trabalhos no Congresso e falar essa coisa mais absurda: com o poder que tem, com a responsabilidade que um presidente tem, dizer que nada pode ser feito. É muito grave”, disse.
A declaração de Bolsonaro, associada à gravidade da situação nacional, deve aumentar a temperatura política e a pressão para a convocação do Parlamento, já que do governo pouco ou nada pode se esperar, conforme disse o próprio presidente.