MDB, PSDB, Cidadania, NOVO e parlamentares de vários partidos repudiam agressão de Bolsonaro ao jornalista do jornal O Globo
O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que “a liberdade de imprensa é um valor inegociável na democracia” e que espera que Bolsonaro “retome a postura mais moderada que vinha mantendo nos últimos 66 dias”.
No domingo (23), quando foi questionado “por que Michelle [Bolsonaro] recebeu R$ 89 mil de Queiroz e esposa?”, Jair Bolsonaro não respondeu e ameaçou o jornalista. “Minha vontade é encher tua boca com uma porrada, tá, seu safado”, disse o presidente.
Depois da agressão verbal de Jair Bolsonaro contra o jornalista, uma campanha na internet começou a perguntar “Presidente Jair Bolsonaro, por que sua esposa Michelle recebeu R$ 89 mil de Fabrício Queiroz?”.
O senador Major Olímpio (PSL-SP), que já foi apoiador do governo Bolsonaro, disse que “gostaria de perguntar olhando nos seus olhos”. “Se o Bolsonaro de 2018 que não tinha acordo, nem conversa com bandido e não admitia safadeza, se encontrasse com o Bolsonaro de hoje, será que daria porrada?”.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, entende que “a liberdade de imprensa é uma das bases da democracia. É inadmissível censurar jornalistas pelo mero descontentamento com o conteúdo veiculado”.
Para o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), “superamos a ditadura, somos uma democracia e Bolsonaro tem que respeitar os direitos adquiridos”.
“O medo” de Bolsonaro “de responder” sobre o dinheiro na conta de sua esposa “é tão grande que Bolsonaro quer silenciar quem o fiscaliza de toda forma… Ele vai dizer o mesmo à Justiça?”.
O deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ) acredita que Bolsonaro tenha cometido, com a resposta dada ao jornalista, “os crimes de injúria e de ameaça”.
“Sem liberdade de imprensa, não há democracia. Ao invés de tentar calar jornalistas com ofensas e ameaças, Bolsonaro faria melhor se tentasse explicar por que Queiroz depositou na conta da primeira-dama R$ 89 mil”.
“Além disso, Bolsonaro tenta esconder o que aos poucos está vindo à tona: seu envolvimento num esquema criminoso”.
O ex-presidente do NOVO, João Amoedo, publicou que espera “que todos os mandatários e futuros candidatos do NOVO questionem o presidente, em especial os mais ativos nas redes. Esse é o papel daqueles que desejam um País onde todos são iguais perante a lei”.
O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) acredita ser “impossível existir moderação em um brucutu, filhote da ditadura, acostumado a enfrentar adversários ao modo das milícias”.
O ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), afirmou que “Bolsonaro, além de corrupto, desonesto, ligado às milícias, também é covarde!”.
“Responda, covarde! ‘E os depósitos que o Queiroz fez na conta da sua mulher, Bolsonaro?’”.
O MDB pediu que Jair Bolsonaro se retrate e defendeu a liberdade de imprensa. O PSDB disse que Bolsonaro “volta a mostrar apreço por posturas agressivas e antidemocráticas”.
O presidente do Cidadania23, Roberto Freire, também criticou a agressão. “Como existem perguntas incômodas e reveladoras sem resposta de Bolsonaro. Bolsonaro responda e, por favor, sem agredir!”.
“Bolsonaro não tem resposta honesta sobre os R$ 89 mil que Queiroz depositou na conta de Michelle”, avaliou.