Maioria da população do Rio aprova “PEC Antifacção” do governo Lula, diz pesquisa Quaest

Lula em entrevista à Band na quinta-feira, dia 11 de setembro (reprodução)

52% são a favor e apenas 29% são contrários à PEC da Segurança Pública. Oposição bolsonarista ao projeto do governo federal só beneficia os chefões do tráfico de drogas

Pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta segunda-feira (3) pelo jornal O Globo, revela que a maioria da população do Rio de Janeiro apoia a PEC da Segurança Pública do governo Lula que visa combater, em conjunto com estados, a alta direção do crime organizado, apreendendo armas e drogas, desmantelando seus esquemas de lavagem de dinheiro e prendendo seus líderes.

Segundo o levantamento da Quaest, 52% dos moradores do Rio são favoráveis à proposta, apenas 29% são contrários, e 19% não souberam ou não quiseram responder.

A proposta do Planalto visa golpear a cabeça das facções criminosas e com isso o governo pretende resolver de fato o problema do crime organizado no país. Os bolsonaristas estão bloqueando a aprovação do projeto no Congresso Nacional porque defendem anistia para bandidos graúdos e só fazem demagogia e “espetáculo”, como ocorreu na semana passada no Rio, com os bagrinhos do crime, que vivem nas favelas do país.

O presidente Lula também assinou na sexta-feira (31), um outro o “Projeto de Lei Antifacção”, que dará mais força ao Estado para reprimir as organizações criminosas que exercem controle de territórios e atividades econômicas. A proposta será enviada para apreciação do Congresso Nacional, em regime de urgência. Ao assinar o projeto, o presidente Lula afirmou que combater as facções criminosas é uma prioridade do Governo Federal. “Nós vamos mostrar como é que se enfrentam essas facções, que vivem de explorar o povo mais humilde desse país”, disse.

De acordo com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, a medida responde a uma demanda da sociedade e do Congresso por mecanismos mais eficazes no combate ao crime organizado. “Esse é um projeto que vai ao encontro do desejo dos deputados, dos senadores e de toda a sociedade brasileira de combater o crime organizado de forma mais eficaz. É uma contribuição que nós estamos fazendo em diálogo com os demais Poderes, sobretudo com o Legislativo”, afirmou.

A prioridade dos projetos do governo federal é investir pesado em inteligência para atingir a cabeça do crime e acabar com as quadrilhas. Tanto a PEC quanto o projeto contra facções evita operações sangrentas, como a ocorrida no Rio, e que, além de só pegar peixe pequeno e atingir mortalmente vários moradores inocentes, não resolve o problema. Nenhum chefe da facção foi preso na operação desastrada de Cláudio Castro.

Operações – ou melhor, chacinas – como esta, conduzida pelo governador bolsonarista do Rio, só servem para fingir que ele está fazendo alguma coisa pela segurança pública de seu estado. Na verdade, a política de segurança pública dele é um desastre total. O crime e a insegurança só fazem crescer e se expandir em todo o estado e na capital. Assim como o governo do Rio, os demais governos bolsonaristas também estão fracassando no combate ao crime e, inexplicavelmente, se opõem à PEC da Segurança Pública do governo federal. O país vive sob a ameaça dos traficantes e de milícias e os governadores pouco fazem para combatê-los com eficiência.

A PEC do governo Lula visa fortalecer o papel da União e da Polícia Federal para ajudar nas ações contra as facções do crime organizado. Para isso, o texto altera artigos da Constituição que definem a competência de cada poder na segurança pública. Além disso, também inclui o Sistema Único de Segurança Pública (Susp), que significará um cerco muito maior e mais efetivo aos poderosos do crime organizado em todo o país. A resistência dos bolsonaristas ao projeto, que significará uma maior presença e apoio da Polícia Federal contra essas quadrilhas, visa aliviar os grandes chefões do crime e as grandes transações de lavagem de dinheiro feitas por eles.

O próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chamou a atenção para o fato escandaloso do governo do Rio de Janeiro ter se recusado a colaborar nas operações de desmantelamento do esquema de fraude em combustíveis no estado. Segundo Haddad, esse era o principal mecanismo de lavagem de dinheiro do Comando Vermelho (CV). O caminho para estrangular financeiramente essas quadrilhas é asfixiar seus recursos. Cláudio Castro não fez nada. Não resolve ficar apenas matando os funcionários menores do crime que vivem nas favelas. Estes são substituídos rapidamente. O governador do Rio recusou ajuda federal, sabotou no combate á lavagem de dinheiro e achou melhor se concentrar apenas na raia miúda.

Na visão do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, a “PEC Antifacção” vai dar mais força para que as polícias atuem de forma integrada com uma base de dados e procedimentos padronizados — o que não ocorre hoje. É evidente que esta união de esforços e de informações é vital para atingir o coração do crime organizado. Esta é uma ação decisiva para vencer os bandidos. A oposição bolsonarista à PEC da Segurança Pública é totalmente incompreensível e danosa à população. Impedir a sua aplicação, como estão fazendo os bolsonaristas, só beneficia os chefões do tráfico que não estão nas favelas e sim em iates e nos condomínios de luxo das grandes cidades.

Desde que foi formulada pela gestão do Ministério da Justiça de Lula, há mais de 18 meses, a PEC da Segurança Pública oferece ajuda fundamental aos estados. A proposta será mortal para o crime organizado e hoje só é alvo de críticas de parlamentares e governadores bolsonaristas. Eles parecem proteger os chefes do tráfico de drogas e seus esquemas financeiros de lavagem de dinheiro. A declaração falsa de Cláudio Castro, de que o Rio estava abandonado pelo governo federal, só reflete sua teimosia em recusar qualquer ajuda. Ele se recusou a colaborar com as ações Polícia Federal contra as facções.

O pretexto dos bolsonaristas de que a PEC seria uma intromissão federal nos estados não corresponde à verdade e só dá mais fôlego aos bandidos. O texto diz que a PEC “não exclui” as “competências comuns e concorrentes dos demais entes federativos relativas à segurança pública e à defesa social, nem restringem a subordinação das polícias militares, civis e penais e dos corpos de bombeiros militares aos governadores dos Estados e do Distrito Federal”. A verdade é que a integração proposta pelo Planalto é o que garante que a cabeça do crime organizado seja derrotada. O comportamento contrário dos bolsonaristas mostra que não é essa a prioridade de seus governos e parlamentares.

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