Com a recessão, o aumento da desigualdade de renda no Brasil se agravou no primeiro trimestre de 2018 em relação ao mesmo período do ano passado. Os mais pobres perderam 5% da renda, enquanto a renda dos mais ricos cresceu 10,8%, segundo cálculos do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, feitos a pedido do Valor Econômico.
A renda média mensal dos 20% mais vulneráveis caiu de R$ 400 no primeiro trimestre de 2017 para R$ 380 de janeiro a março deste ano, uma queda real de 5%. Para os brasileiros que estão logo acima da faixa de vulnerabilidade, a renda média mensal caiu de R$ 963 para R$ 945, uma perda real de 1,8%, em igual intervalo.
Já os 20% mais abastados tiveram um ganho real de 10,8% no período de janeiro a março. A renda média passou de R$ 5.579 para R$ 6.131.
Pelo critério que compara quanto do rendimento médio das pessoas mais pobres, representa em relação a renda média da parcela mais ricas, nos primeiros trimestres de 2016, 2017 e 2018, houve uma redução seguida de 7,4% para 7,2% e para 6,2%.
Segundo o economista da FGV, Daniel Duque, o levantamento foi elaborado a partir dos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgados na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e todas as variações de renda são em termos reais, ou seja, já descontada a inflação.