O principal assassino, Chauvin que matou Floyd com seu joelho no pescoço da vítima, pegou pouco mais de 20 anos de cadeia. O agora condenado, Tou Thao, separava o policial assassino das pessoas que queriam detê-lo de comsumar o crime
O juiz do Estado de Minnesota, Peter Cahill, condenou o ex-policial da cidade de Minneapolis, Tou Thao, a 4 anos e 9 meses de prisão, por facilitar o homicídio de George Floyd, o homem negro assassinato por asfixia em maio de 2020.
A pena foi seis meses maior do que os 4 anos e 3 meses solicitados pelo procurador-geral do Estado, Keith Ellison, porque Cahill considerou que não houve arrependimento ou reconhecimento de responsabilidade por parte do condenado.
Em sua sentença de 177 páginas, Cahill disse que as ações de Thao separaram da multidão o policial Derek Chauvin, principal responsável pelo crime e os outros dois ex-policiais, incluindo um paramédico, permitindo que seus colegas continuassem a subjugar Floyd e impedindo que pessoas presentes no local prestassem assistência médica.
“As ações de Thao foram ainda mais irracionais à luz do fato de que ele tinha o dever de intervir para impedir o uso excessivo da força por parte dos outros policiais e estava qualificado para fornecer assistência médica”, observou o juiz.
O ditame será executado simultaneamente com os 3 anos e meio que Thao havia recebido dias antes em uma condenação federal por violação dos direitos civis de Floyd.
Com isso, são quatro os policiais condenados pela prisão fatal de George Floyd, caso que gerou indignação mundial e fortaleceu o movimento antirracista #BlackLivesMatter.
PROTESTOS NO MUNDO INTEIRO
Floyd morreu aos 46 anos, depois que o policial Derek Chauvin pressionou seu pescoço com o joelho contando com a cumplicidade de Tou Thao e dos outros policiais presentes no local, enquanto o cidadão negro repetia inúmeras vezes: “Não consigo respirar”. A acusação? Floyd era suspeito de ter usado uma nota falsa de 20 dólares falsa para pagar uma compra. Imagens apresentadas mostraram que Floyd não ofereceu resistência à abordagem policial.
A cena foi filmada com um celular e divulgada nas redes pela jovem Darnella Frazier e rapidamente provocou uma onda de protestos em todo o mundo, fazendo com que o julgamento fosse seguido por milhões de pessoas. Darnella recebeu menção especial do Prêmio Pulitzer, a premiação mais importante de jornalismo nos EUA.
Derek Chauvin, o oficial sênior que se ajoelhou sobre o pescoço de Floyd por mais de nove minutos, cumpre duas penas simultâneas de 22,5 e 21 anos, a primeira por homicídio em segundo grau e a segunda por violação dos direitos civis da vítima.
Os outros dois outros policiais – J. Alexander Kueng e Thomas Lane – foram condenados a 3 e 3,5 anos de prisão por “indiferença deliberada” e por não terem impedido o uso de “força irracional” por Chauvin, que estava sufocando George Gloyd até a morte.
Segundo monitoramento da mappingpoliceviolence.org, desde o assassinato de Floyd a polícia nos EUA não parou de matar: 1132 em 2020 e 1.144 pessoas em 2021. Em 2022, apenas em 15 dos 365 dias do ano a polícia não matou alguém.
Tamanha é a impunidade dos assassinatos cometidos pela polícia, que apenas 1% resultou em acusações judiciais. Desses, menos de 1% resultaram em condenação.