Bolsonaro tentou retirar as joias até o último dia de governo. Clóvis Félix Curado Júnior confirmou que no dia 30 de dezembro houve nova pressão pelas joias. Jair já havia tentado embolsar os R$ 16,5 milhões no dia anterior (29), através do envio de um sargento da Marinha a Guarulhos
Mais um servidor desmentiu a versão de Bolsonaro sobre a intenção de retirar as joias da Receita para embolsá-las. O sargento da Marinha, Jairo Moreira da Silva, já havia sido mandado a Guarulhos em 29 de dezembro. Agora foi a vez de Clóvis Félix Curado Júnior, da Secretaria Especial de Administração da Presidência da República, dizer que foi pressionado no dia 30 a retirar as joias.
Em depoimento no último dia 12 de abril, ele disse aos investigadores que recebeu telefonemas no dia 30 de dezembro do ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, e do então chefe da Receita Federal, Júlio Cesar Vieira Gomes para lhe pedir que retirasse os bens retidos. As informações são do colunista Aguirre Talento, do site UOL.
Na tentativa do sargento, que foi filmada, os auditores da Receita Federal entenderam que o ajudante de ordens da Presidência não tinha competência legal para solicitar a liberação dos bens e que isso deveria ser feito pela Secretaria Especial de Administração. O sargento tentou pressionar o servidor com telefonemas para Cid e para o chefe da Receita. As tentativas foram frustradas pela firmeza dos funcionários de carreira da Receita.
Como falhou a pressão do dia 29, em 30 de dezembro, último dia útil do governo Bolsonaro, Mauro Cid fez uma nova tentativa. Desta vez ele usou um funcionário da Secretaria Especial de Administração da Presidência da República, conforme relatado por ele à Polícia Federal. A revelação mostra o empenho de Bolsonaro e do Palácio do Planalto em resolver o assunto – ou seja, se apoderar das joias – antes do término do mandato presidencial.
“Recebeu uma ligação na manhã do dia 30/12/2022, logo nas primeiras horas do dia (antes das 09:00h, se não se engana), primeiramente do tenente coronel Mauro Cid, Chefe da Ajudância de Ordens do Presidente da República, e depois do Secretário Especial da Receita Federal Júlio César, esclarecendo que havia joias retidas pela Receita Federal do Brasil, as quais teriam sido trazidas pelo Ministro de Minas e Energia em viagem oficial há um ano, ou seja, desde 2021”, diz a transcrição do depoimento.
Segundo o colunista do UOL, Clóvis citou que as conversas com Mauro Cid e Júlio César foram sucintas e que ele frisou a obrigatoriedade de formalizar a solicitação para que fosse feita uma análise técnica, mas que as joias integrariam o patrimônio público da Presidência.
“Haveria a necessidade de formalizar aquela situação e fazer uma análise pela SA/SG para então ser tomada qualquer decisão e, logicamente, para integrar o patrimônio público da Presidência da República”, afirmou à PF. Após ter deixado claro que era necessário um procedimento formal, em vez de apenas um pedido por telefone, Clóvis não voltou a ser procurado por Mauro Cid ou por Júlio César a respeito do assunto.
Jair Bolsonaro, o nariz de Pinóquio!!!! Se mentira matasse, ele já estaria no inferno.