
O terrorista Alan Diego dos Santos Rodrigues foi preso nesta terça-feira (17) e está detido em caráter preventivo.
Ele é um dos três acusados de participar da tentativa de explodir uma bomba próximo ao Aeroporto Internacional de Brasília na véspera do Natal. Alan se entregou à Polícia Civil de Mato Grosso, na cidade de Comodoro, no oeste mato-grossense, a cerca de 640 quilômetros da capital, Cuiabá.
Segundo a Polícia Civil, ele será encaminhado ainda hoje a uma unidade prisional do Estado, onde ficará à disposição da Justiça. A expectativa é que ele seja transferido para o Distrito Federal.
A informação foi confirmada pelo interventor na Segurança Pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli.
Já estava preso George Washington de Oliveira Souza. Ele foi preso logo após a descoberta da bomba. Confessou o plano, disse que gastou R$ 170 mil com armas para um possível atentado e acusou Alan Diego dos Santos de ser parceiro na tentativa do crime.
Enquanto Wellington Macedo de Souza colocou a bomba no caminhão com querosene nas proximidades do aeroporto, Alan Diego dos Santos auxiliou na preparação do artefato explosivo.
No fim de semana, o TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios) aceitou a denúncia do Ministério Público e tornou réus os três homens acusados de planejar e tentar executar a explosão de um artefato em um caminhão com querosene nos arredores do Aeroporto Internacional de Brasília, na véspera de Natal do ano passado. Santos é um deles.
Em decisão, o juiz Osvaldo Tovani, da 8ª Vara Criminal do Distrito Federal, afirma que a denúncia do Ministério Público preenche os requisitos para abrir uma ação penal contra o trio.
A decisão foi publicada no dia 10, mas só se tornou pública após o magistrado levantar o sigilo do processo na sexta-feira (13).
Os três terroristas responderão pelo crime de explosão. Segundo o Código Penal, trata-se de expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de alguém mediante explosão, arremesso ou colocação de dinamite ou substância análoga. A pena pode variar de três a seis anos de prisão, além de multa.
Os réus também respondem a processos relacionados ao crime de terrorismo, mas este caso tramita na Justiça Federal.
O bolsonarista George Washington de Oliveira Sousa foi preso pela tentativa de explosão e confessou ter montado o artefato.
Em depoimento, ele disse: “O que me motivou a adquirir as armas foram as palavras do presidente Bolsonaro, que sempre enfatizava a importância do armamento civil dizendo o seguinte: ‘Um povo armado jamais será escravizado’”.
A motivação era causar um caos, instigar os bolsonaristas e levar Bolsonaro decretar um estado de defesa no país para dar um golpe na eleição presidencial que elegeu Lula com mais de 60 milhões de votos.
“Ele confessou que tinha intenção de cometer um crime no Aeroporto, com objetivo de chamar atenção para o movimento a favor do atual presidente Jair Bolsonaro, que eles estão empenhados no quartel-general”, afirmou o diretor-geral da PC-DF, delegado Robson Cândido. “Ele e o grupo falhou, talvez por falta de conhecimento técnico sobre como artefatos do tipo funcionam”.
Segundo a Polícia Federal, a bomba foi acionada, mas falhou. O motorista do caminhão percebeu o pacote da bomba e chamou a polícia.
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