O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, confirmou no domingo (14) sua demissão da pasta, mas declarou que sua saída do governo está programada para o final de julho. Sem dar muitas explicações sobre os reais motivos de sua saída do governo.
É mais um membro do governo Bolsonaro que abandona o barco.
Mansueto deixou passar a impressão, em várias de suas entrevistas a veículos de imprensa, que está preocupado com a sua imagem frente ao mercado financeiro que tem demonstrado perda de confiança na equipe econômica do governo Bolsonaro.
Sendo um dos principais defensores do ajuste fiscal – que desde 2014 devasta a economia brasileira – Mansueto foi nomeado para o cargo do Tesouro Nacional ainda no governo Michel Temer, e por exigência do ministro, Paulo Guedes, foi mantido por Bolsonaro no posto. Segundo Mansueto, ele teria pedido demissão há três semanas e avisou Paulo Guedes da sua decisão, alegando que pretende trabalhar no setor privado.
Segundo Mansueto, mesmo com sua saída do governo, a política do ajuste fiscal continuará sendo a principal prioridade da equipe econômica e afirmou que o “grande fiador” dessa agenda com o mercado financeiro “é o ministro da Economia, Paulo Guedes”.
“O grande fiador do ajuste fiscal é o ministro Paulo Guedes. Então não muda nada no compromisso do ajuste”. “O próximo secretário vai ter posições muito parecidas com a minha, porque a equipe é exatamente a mesma, as notas técnicas não vão mudar”, disse Mansueto ao Estadão.
A saída de Mansueto é uma relevante baixa para Paulo Guedes. Em meio à pandemia, Mansueto tentou levar em frente o plano do governo de “arrocho” fiscal aos estados e municípios, o “Plano Mansueto”, que tinha como objetivo liberar recursos da União aos entes federados se estes seguissem uma série de contrapartidas, como a privatização de serviços essenciais, congelamento de salários e contratações de servidores, por exemplo.
No entanto, o chamado “Plano Mansueto” – que havia sido colocado em regime de urgência na Câmara dos Deputados pela necessidade de se aprovar rapidamente um projeto de lei para liberar recursos aos entes federados no combate ao vírus – sofreu uma enxurrada de críticas de governadores e prefeitos por trazer incalculáveis prejuízos à população e para Administração Pública. E, por conta disto, foi abandonado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que admitiu ser mais prudente construir um plano de medidas emergenciais que realmente ajudasse financeiramente os estados e municípios e que destinasse também recursos para enfrentar a Covid-19.