Mais uma ex-candidata pelo PSL de Minas Gerais afirma ter recebido proposta de um ex-assessor de Marcelo Álvaro Antônio, atual ministro do Turismo, para desviar 90% do repasse feito pelo partido de dinheiro vindo do fundo eleitoral.
Adriana Borges, que foi candidata a deputada federal pelo partido de Bolsonaro em Minas Gerais, é a segunda a afirmar que o PSL, que foi presidido por Marcelo Álvaro durante as eleições, estava à procura de candidaturas laranjas para compor a chapa.
Segundo ela, Roberto Silva Soares, ex-assessor do atual ministro, fez a proposta de que ela recebesse R$ 100 mil do fundo eleitoral, mas que apenas R$ 10 mil ficassem efetivamente para a campanha. Adriana deveria emitir nove cheques em branco para que o dinheiro fosse “redistribuído para outros candidatos”.
Adriana não aceitou a proposta, mas insistiu em ser candidata pelo PSL. Por isso, o valor do repasse diminuiu de R$ 10 mil para R$ 4 mil.
Além dela, Zuleide de Oliveira afirma que recebeu uma proposta semelhante do próprio ministro. No caso, lhe seriam entregues R$ 60 mil, dos quais R$ 45 mil deveriam ser desviados. A Procuradoria Regional Eleitoral de Minas Gerais (PRE-MG) e a Polícia Federal abriram investigações para apurar o fato.
Pelo menos outras quatro candidaturas em Minas Gerais serviram como laranjas. Sob a presidência de Marcelo, o PSL repassou R$ 279 mil para quatro candidaturas que receberam, no total, 2.097 votos. Além disso, o destino dos recursos desviados acabou sendo, em grande parte, para empresas ligadas a ex-assessores de Marcelo Álvaro.
O caso das candidaturas laranjas foi o estopim que derrubou Gustavo Bebianno da Secretaria-geral da Presidência. Bebianno autorizou o repasse de R$ 400 mil para uma candidata em Pernambuco, sendo que faltavam quatro dias para as eleições. A candidata laranja recebeu apenas 274 votos.
Bebianno também aprovou diretamente o repasse de R$ 250 mil para a candidatura de uma ex-assessora.