Eduardo Bolsonaro (deputado federal pelo PSL-SP) ficou na contramão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ao atacar e ofender a China, acusando o governo chinês de ocultar e propagar o coronavírus no mundo.
“Mas tem uma medida que não cabe: o preconceito, a rotulagem. O povo chinês está lidando com galhardia, com o conhecimento e o que eles têm de melhor”, defendeu o ministro da Saúde num vídeo divulgado no final de fevereiro, alertando e pedindo medidas de prevenção contra a contaminação do coronavírus, que assusta o mundo.
O ministro repele a discriminação e também pede solidariedade aos chineses. “No momento, o povo chinês precisa, mais do que nunca, da solidariedade, típica dos brasileiros, típica de um país multirracial, multiétnico, que sempre recebeu a todos de braços abertos”, diz Mandetta.
“Quem assistiu Chernobyl vai entender o q ocorreu. Substitua a usina nuclear pelo coronavírus e a ditadura soviética pela chinesa. […] +1 vez uma ditadura preferiu esconder algo grave a expor tendo desgaste, mas q salvaria inúmeras vidas. […] A culpa é da China e liberdade seria a solução”, publicou o filho de Bolsonaro, na quarta-feira(18) no Twitter.
A embaixada da China repudiou o ataque gratuito do filho de Bolsonaro e exigiu que Eduardo Bolsonaro se desculpasse, mas ele se recusou a fazê-lo. Mais ainda, prosseguiu na hostilidade ao governo chinês.
Os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP), respectivamente, pediram desculpas aos chineses.
A bancada ruralista condenou a provocação do filho de Bolsonaro contra a China, nosso maior parceiro comercial. A Frente Parlamentar Brasil-China divulgou uma nota dura contra os ataques aos chineses.
Vários setores estão criticando e deixando Eduardo Bolsonaro isolado.
Mandetta lembra no vídeo o país fez um “alerta de emergência internacional sobre o zika vírus e a microcefalia”. “Não seria correto que os brasileiros fossem recebidos em lugares do mundo pensando no zika vírus. Assim como não é correto que as pessoas de origem oriental sofram qualquer tipo de preconceito ou rotulagem”.
“Não podemos esquecer”, continua Mandetta, “que um dos maiores rebanhos de suínos, bovinos, caprinos está no Brasil e que pode haver, sim, o surgimento de vírus novos aqui no Brasil. E o tratamento que nós damos à humanidade nesses casos é o mesmo que nós mesmos gostaríamos de receber”.
E conclui:
“Portanto, preconceito, xenofobia é crime e o Ministério da Saúde adverte: sejamos todos muito solidários. A solidariedade é o melhor remédio para as epidemias de pânico”.
O alerta e o pedido solidário do ministro foi ignorado pela estupidez de Eduardo Bolsonaro.