Neste sábado (5), a Praça da Ópera em Paris foi o ponto de partida das manifestações em repúdio ao primeiro ano de mandato de Macron. Faixas de “Pare Macron, presidente dos ricos” e palavras de ordem como “Um ano basta” e “fora reformas de Macron” foram aplaudidos por bateristas e bandas em uma anticelebração pelo período de Macron no cargo, organizada por membros da oposição, principalmente pelo movimento “França Insubmissa”, liderado por Jean-Luc Melenchon, que concorreu à Presidência no ano passado.
A manifestação deste sábado, acompanhada por grande presença policial, ocorre quase um ano depois que Macron venceu a disputa presidencial com uma plataforma dita de centro e com promessas não cumpridas de “revitalizar a economia”. Seu badalado centrismo político revelou-se muito estranho na vida real: suas “reformas” cortam direitos dos trabalhadores e, do lado dos ricos, corta os impostos.
Desde o mês passado os trabalhadores ferroviários vêm realizando dois dias de greve a cada cinco trabalhados com previsão de manter essas jornadas até o mês de junho, num enfrentamento à decisão de Macron de privatizar a estatal do setor, a SNCF. A população apoia a greve dos ferroviários e os estudantes têm realizado manifestações em apoiam ao movimento.
Em vez de cumprir o prometido, Macron lançou uma onda de reformas de caráter neoliberal, incluindo a revisão das leis trabalhistas que tornou mais fácil para as empresas demitir, dando a Macron o nome de “presidente dos ricos” entre os eleitores vítimas dessa fraude eleitoral e provocando descontentamento dos sindicatos e dos estudantes.
O Partido Comunista Francês também se juntou ao movimento e estima que 160 mil pessoas participaram dos protestos deste sábado — a Prefeitura de Paris falou em 40 mil. Além disso, o grupo França Insubmissa pretende realizar uma nova manifestação no dia 26 de maio com maior presença de sindicatos e outras forças políticas.