Grupos de apoiadores da Lava Jato fizeram carreatas em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e outros 12 estados pedindo a prorrogação da operação e a saída do Procurador-Geral da República (PGR), Augusto Aras, indicado para o cargo por Jair Bolsonaro, fora da lista tríplice.
Em São Paulo, os mais de 200 carros se reuniram na Praça Charles Miller, em frente ao estádio do Pacaembu, às 10h30 e seguiram com a manifestação até às 13h30.
Os manifestantes usavam máscaras e não saíram de seus carros.
Foram colados cartazes dizendo “Fora Aras”. Para o movimento Vem Pra Rua, que organizou as carreatas, “não prorrogar a operação é o mesmo que decretar a impunidade”.
O movimento acredita que a intenção de Aras à frente da PGR é acabar com a Operação Lava Jato. As ações da braço-direito do procurador-geral, Viviane de Oliveira Martinez, fizeram com que sete membros da força-tarefa em São Paulo pedissem desligamento.
Eles alegaram “incompatibilidades insolúveis com a atuação da procuradora natural dos feitos da referida Força-Tarefa, Dra. Viviane de Oliveira Martinez”.
“Desde o início, a procuradora da República Viviane não teve qualquer iniciativa no sentido de chamar reuniões para compreender quais as linhas de investigação que vinham sendo conduzidas, de trabalhar no gabinete em que os demais integrantes da Força-Tarefa trabalham (e que conta com computador e mesa para tanto), e chegou mesmo a retirar parte da estrutura de servidores que existia, à época de sua antecessora, para auxiliar nos trabalhos da Lava Jato”, disseram os procuradores.
“Em dado momento a atual titular (…) passou a adotar ações que, na prática, foram criando obstáculos ao trabalho que vinha sendo desenvolvido”, relataram.
O Vem Pra Rua chegou a apoiar a eleição de Jair Bolsonaro, mas rompeu com o governo acusando seu ex-líder de ter cometido “o maior estelionato eleitoral da história do Brasil” quando disse que iria fortalecer as ações contra a corrupção.