Os defensores da candidatura de Lula tinham a intenção de fazer grandes atos e mostrar força no momento em que o ex-presidente estava sendo julgado em segunda instância, acusado de cometer crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá. Não obtiveram êxito. As manifestações frustraram os seus organizadores. A condenação de Lula foi mantida e a pena ampliada.
A ideia era levar caravanas de todo o país para Porto Alegre e realizar um grande ato na véspera do julgamento. A maioria dos presentes ao ato eram realmente pessoas de fora de Porto Alegre. A manifestação, que contou com a presença de Lula, aconteceu no estreito espaço entre prédios da Av. Borges de Medeiros. Foi de costas para o Largo Glênio Peres, de um lado, e a Praça Montevidéu, sem árvores e inteiramente calçada, do outro. Um local que não tem tradição de manifestações, por ser muito estreito e apertado. O prosseguimento da Av. Borges de Medeiros, incluindo o Largo Glênio Peres e a Praça Montevidéu, seria lugar melhor. Foi nesse espaço que sempre se realizaram os grandes comícios: o das diretas-já, do Fora Collor, manifestações de várias greves gerais, as manifestações de 2013 e vários atos estudantis, entre outros.
Cálculos feitos por especialistas concluíram que cerca de 10 a 15 mil pessoas participaram do protesto. E, já que a moda petista é repetir mil vezes uma invenção para ver se cola, os organizadores alardearam que havia mais de 70 mil presentes.
As outras manifestações em alguns estados também não arregimentaram muita gente para defender a candidatura de Lula. Algumas centenas em Fortaleza, o mesmo em Maceió, onde, apesar disso, houve confrontos com a polícia. Em Curitiba houve manifestações tanto a favor quanto contra a condenação do ex-presidente, mas nenhuma delas atraiu um número significativo de participantes. Pequenos atos foram registrados no Distrito Federal, Acre, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Sergipe e Tocantins. Em Porto Alegre, os acampados começaram a sair muito antes do fim do julgamento.
Em São Paulo, o ato, realizado no dia do julgamento, na Praça da República, teve a presença de Lula. A manifestação reuniu cerca de 5 mil pessoas. Após os discursos defendendo a candidatura do petista, mesmo que seja contra a Lei da Ficha Limpa, os manifestantes fizeram uma passeata pela centro da capital. Na Avenida Paulista, os apoiadores da condenação do ex-presidente também fizeram manifestação e a comemoraram com fogos.