De Londres, no Reino Unido, a Oslo, na Noruega; de Milão e Turim, na Itália, manifestantes europeus saíram em apoio ao povo Palestino e ao cessar-fogo recém anunciado, clamando “Palestina Livre!” e carregando as bandeiras vermelho-preto-branco-verde palestinas. Em Berlim, capital da Alemanha, milhares se reuniram e denunciaram a cumplicidade do governo do país com os crimes de guerra israelense. Centenas saíram às ruas em Viena, a capital da Áustria e em Berna, na Suíça, houve confronto com a polícia.
Em Oslo, milhares de noruegueses foram às ruas e marcharam sob o lema de “Cartão Vermelho para Israel”, até às imediações do estádio, onde foi disputada eliminatória entre as seleções norueguesa e a israelense para a Copa do Mundo do próximo ano, com a Noruega derrotando os israelenses por 5 a 0.

Lina Khatib, chefe do Comitê Palestino na Noruega, que convocou o protesto, havia pedido o cancelamento do jogo, afirmando que “quando os palestinos não podem nem jogar ou se movimentar livremente, Israel não deveria se envolver no futebol internacional”, disse ela. A presidente da Associação Norueguesa de Futebol, Lise Klaveness, expressara apoio à imposição de sanções a Israel.
Centenas de milhares de manifestantes em Londres marcharam ao longo da margem do rio Tâmisa, vestindo lenços de keffiyeh, símbolo da causa palestina, e com faixas “Pare com o genocídio”, “Palestina Livre”, “Do rio ao mar, a Palestina será livre” e “Starmer tem sangue nas mãos. Palestina Livre”.
“Estamos compartilhando o alívio do povo palestino,” disse Ben Jamal, diretor da Campanha de Solidariedade da Palestina de Londres, que também se disse preocupado de que ainda não há um plano “para uma paz duradoura” já que não aborda o sistema de apartheid israelense como a principal causa do genocídio ou o direito à autodeterminação do povo palestino. Ele asseverou que a solidariedade se manterá “até que o povo palestino esteja finalmente livre”.
“Estou aqui com meus amigos para ajudar a mostrar que a atenção sobre Gaza continua, mesmo considerando o atual cessar-fogo”, disse Katrina Scales, estudante.

Durante a semana, houve outras manifestações em apoio aos palestinos e pela imediata retirada das tropas israelenses de Gaza. Em Havana, na quinta-feira, 100 mil pessoas se solidarizaram com a Palestina, em ato encabeçado pelo presidente Miguel Díaz-Canel.
Também na quinta-feira, em Montevideo milhares de pessoas foram as ruas em apoio a Gaza e em repúdio ao genocídio, com faixas como “as crianças de Gaza não são uma ameaça”, “isto era um hospital, não uma base militar”, “Gaza, espere, o mundo está se rebelando” e “Onde estão as sanções contra Israel?”. A vice-presidente uruguaia, Carolina Cosse, participou do ato.
Os manifestantes cobraram do governo da Frente Ampla uma posição mais contundente em defesa dos palestinos, com conclamações ao rompimento de relações com Israel.
Desde que entrou em vigor o cessar-fogo, meio milhão de palestinos, a maior parte a pé, voltou desde o sul para a Cidade de Gaza, onde encontraram seus lares em grande parte transformados em escombros.
De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, desde outubro de 2023, Israel massacrou mais de 67682 pessoas, a maioria mulheres e crianças. Mais de 170 mil palestinos foram feridos pelos ataque de Israel. Gaza é o lugar com o maior número de crianças mutiladas no mundo.
O bloqueio da entrada de ajuda humanitária imposto por Israel contra o povo de Gaza causou uma crise humanitária na região e a ONU já denunciou que mais de 640 mil habitantes de Gaza estão sofrendo de fome catastrófica.











