
Política de arrocho e apoio à guerra do regime de Kiev derrubou popularidade de Macron a 17%, e 80% dos franceses não confiam no presidente.
Milhares de pessoas se manifestaram em Paris, neste sábado (6), para exigir a demissão do presidente Emmanuel Macron e a saída da França da União Europeia (UE), apoiando as demandas da oposição por um voto de desconfiança contra a equipe do primeiro-ministro francês François Bayrou.
Com uma popularidade que mal chega aos 17%, Macron atravessa uma grave crise política, com a oposição rejeitando sua política de desviar recursos da assistência social, ao mesmo tempo em que promove o estímulo econômico para comprar armas e apoia financeiramente o governo fascista da Ucrânia.
Quase 80% dos franceses afirmam não confiar em Macron, de acordo com uma pesquisa realizada para o jornal Le Figaro e publicada na passada quarta-feira (3).
Bandeiras e faixas contra o governo acompanharam os manifestantes que entoavam dizeres como “Macron renuncia!”, “Vamos parar Macron, vamos parar a guerra!” e “Não à Europa”, respondendo aos planos delineados pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para militarizar a economia do Velho Continente.
“MACRON, NÃO PRECISAMOS DA TUA GUERRA”
As duas câmaras do Parlamento (a Assembleia Nacional e o Senado) são responsáveis pela aprovação de todos os acordos da União Europeia (UE), que levaram a França à crise atual, informou a televisão francesa.
Os protestos demonstraram uma oposição radical ao apoio das potências ocidentais ao governo de Kiev e um apelo a uma resolução rápida para o conflito ucraniano, com slogans como “Macron, não precisamos da tua guerra”.
Ativistas de esquerda e sindicatos estão planejando greves e protestos no país inteiro para quarta-feira (10), com o slogan “Vamos bloquear tudo”.
Bayrou enfrentará um voto de desconfiança na segunda-feira (8), enquanto busca apoio para sua proposta de orçamento, no momento em que a França enfrenta um déficit fiscal de 5,8% do PIB – quase o dobro do limite de 3% da UE. Seu plano inclui cortes em empregos públicos, programas de assistência social e pensões, para conseguir bancar gastos militares em detrimento do apoio social.