(HP 23/10/2013)
Em defesa de Libra, os manifestantes enfrentaram balas, bombas e bloqueios
Cerca de 500 pessoas se concentraram no entorno do Hotel Windsor, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, para protestar contra o leilão do campo de Libra. Os manifestantes se posicionaram em frente às grades do bloqueio formado por homens da Força Nacional de Segurança, agitando bandeiras de partidos políticos, movimentos sociais e sindicatos de diversas categorias.
Os manifestantes colocaram um carro de som em frente à área de contenção na Avenida Lúcio Costa, onde representantes das entidades puxavam palavras ordem contra o leilão e também entoavam slogans, como “Não à privatização. O petróleo é nosso!” e “leilão é privatização!”.
Mais cedo, a Força Nacional de Segurança e o Exército ampliaram a área de bloqueio no entorno do hotel. Foi fechado o acesso à Avenida Arquiteto Afonso Reidy, que é paralela à Lúcio Costa. As forças policiais montaram duas barreiras, a primeira a cem metros do hotel e a segunda mais distante, colocada a 500 metros do local onde ocorreu o leilão. Lanchas da Marinha foram localizadas em frente à praia.
Um primeiro tumulto ocorreu por volta das 10h50m, deixando pelo menos seis feridos com balas de borracha. Os policiais agiram com violência, utilizando bombas de gás lacrimogênio e spray de gás de pimenta para dispersar a manifestação. Helicópteros da PM também fizeram voos rasantes no local, passando a poucos metros. O dirigente do PPL no Rio, Irapuan Santos, foi atingido por uma bala. Daniel Correa e Marcelo Tigre, integrantes da legenda no Distrito Federal, também ficaram bastante machucados pelas balas policiais.
Entre os manifestantes, estavam sindicalistas da Federação Única dos Petroleiros (FUP), da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), da Conlutas e representantes da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES).
“O governo Dilma concretizou o crime de lesa-pátria e vai passar para a história como o maior entreguista do petróleo brasileiro”, afirmou o presidente da CGTB, Ubiraci Dantas de Oliveira.
Também compareceram militantes do Movimento dos Sem Terra (MST), da Confederação das Mulheres do Brasil (CMB), entre outras personalidades como o vice-presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet), Fernando Siqueira, e o economista Carlos Lessa, ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
“Participei da campanha “O Petróleo é Nosso”. Nunca imaginei que, aos 77 anos, iria ver o Brasil entregar a sua riqueza. É triste também ver o meu Exército e a minha Marinha participarem da entrega do nosso petróleo”, disse o economista.