Manifestantes ocupam o centro de Tel Aviv para exigir afastamento de Netanyahu e eleições já

Polícia israelense tentou dispersar manifestantes a cacetetes e canhões de água (Tomer Appelbaum/Haaretz)

É crescente a violência policial contra manifestantes, denuncia líder oposicionista Yair Lapid

As manifestações pelo afastamento de Netanyahu, que eram gigantescas até o dia 7 de outubro, dia do ataque da Resistência palestina a Israel, voltam a crescer semana após semana, com o crescente isolamento internacional de Israel, a situação cada dia mais grave dos reféns israelenses ainda em Gaza, com as denúncias e manifestações do genocídio perpetrado pelo atual governo fascista.

A deste sábado foi a maior desde o início de outubro do ano passado e também foi a mais reprimida.

O líder oposicionista Yair Lapid qualificou a violência policial de “perigosa, antidemocrática” e declarou que ela “não pode continuar”.

“O direito ao protesto, é um direito fundamental e não pode ser arrancado dos que se manifestam, particularmente através de cassetetes e canhões de água”, prosseguiu Lapid.

Os organizadores da manifestação em Tel Aviv também condenaram a repressão e o ministro responsável por ela, o fanático Ben Gvir, o “ministro do governo de destruição”.

“A voz dos cidadãos israelenses demandando uma mudança com a saída da mais fracassada liderança da história do país não será silenciada, vai simplesmente crescer”, diz o manifesto lido no ato.

Vídeo mostra o momento em que um manifestante é atingido com cassetete por policial montado:

Outra característica da repressão crescentemente violenta foi a velocidade com que os policiais entraram em ação, dando a entender que já foram orientados a reprimir.

Enquanto os manifestantes ouviam os primeiros pronunciamentos em uma das extremidades da rua Kaplan, que foi ocupada pelo ato, na outra extremidade começaram as primeiras prisões.

Assim que a informação das prisões começou a circular pelas redes sociais, foi crescendo o número de israelenses que saíram de suas casas para se unirem aos que estavam no ato.

Neste momento os policiais montados partiram para cima dos manifestantes e os jatos de água começaram a ser lançados contra os presentes ao ato.

Neste momento um outro grupo de manifestantes veio subindo a Avenida Begin, era um grupo formado principalmente por familiares de reféns que ainda se encontram nas mãos do Hamás. Eles levavam cartazes grandes com a foto dos parentes ainda ausentes porque o governo de Netanyahu segue se negando a aceitar as propostas de trégua e de início de negociações de paz que lhe têm sido feitas pelas lideranças da Resistência palestina.

Assim que este grupo chegou à rua Kaplan foi recebido com fortes aplausos e brados pelos que já estavam lá, a esta altura encharcados pela água lançada contra eles: “Tragam-nos para casa!”.

O brucutu dirigiu os jatos de água contra os familiares de reféns que acabavam de chegar ao ato.

Com toda essa violência, o ato terminou com 21 presos e quatro feridos.

Entre os atingidos pelos jatos de água, Einav Zangauker, mãe de um dos reféns, Matan. A namorada de Matan, Ilana Gritzewsky que também estava retida e foi liberada na troca de novembro, também foi atingida agora.

“Eu sou a mãe de um dos reféns. Ilana ficou capturada por 55 dias e veio aqui trazer o som do choro de seu parceiro e é este o tratamento que recebemos?”, protestou Einav.

Yifat Calderon, que ficou ferida ao cair atingida por jato de água, e é prima de outro refém, Ofer Calderón, disse que a polícia continuou atacando os que gritavam “somos parentes de reféns”.

“Foi minha sorte que um amigo me puxou para o lado. A polícia exacerbou ontem. Não havia necessidade do uso da força, não contra famílias dos reféns ou contra civis inocentes”, disse Yifat.

“Atrás de mim estava um amigo que erguia o cartaz com a foto de Ofer e um policial jogou o cavalo contra ele, derrubando-o no chão. Uma vergonha!”, protestou a manifestante.

Vejam mais um vídeo, sobre o ato pela rede Al Jazeera:

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