O ex-secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, que pediu demissão em plena pandemia da Covid-19, assumirá, em janeiro de 2021, o cargo de economista-chefe no BTG Pactual, banco fundado pelo seu chefe no governo Bolsonaro, o ministro da Economia, Paulo Guedes.
O BTG Pactual foi beneficiado numa ação bilionária pela direção do Banco do Brasil na gestão de Rubem Novaes, indicado por Guedes para presidência do banco com a missão de “privatizar logo a porra do BB”. O BTG Pactual comprou do Banco do Brasil uma carteira de créditos de R$ 2,9 bilhões por R$ 371 milhões, cerca de 10% do seu valor.
Logo após o escândalo vir à público, através de denúncia feita pelo ex-governador Ciro Gomes (PDT), no dia 24 de julho, Novaes, colega de Guedes na Universidade de Chicago, pediu demissão do BB.
“Plano Mansueto”
No governo, Mansueto Almeida, defensor do Teto de Gastos – que estrangula a sociedade brasileira, impedindo investimentos públicos – ficou conhecido pelo chamado “Plano Mansueto”, uma das propostas de “reforma estruturante” de Guedes que na essência desmonta os estados e municípios brasileiros, reduz os recursos para saúde, educação e previdência, privatiza bens públicos e arrocha os servidores públicos.
O “Plano Mansueto”, apresentado por Bolsonaro em 2019, foi reapresentado pelo governo como resposta à pandemia da Covid-19 e foi derrotado por pressão da oposição, de governadores, economistas e da sociedade em geral, que através do Congresso Nacional aprovaram o estado de calamidade pública, o que exigiu medidas urgentes frente à Covid-19, como o auxílio emergencial de R$ 600, a ajuda emergencial a Estados e Municípios e as linhas de crédito para capital de giro e para folha de pagamento dos salários, entre outras medidas.