O ex-ministro da Fazenda de Lula e Dilma, Guido Mantega, que conduziu a economia do país de 2006 a 2014, e que chegou a ser preso em 2016, na 34ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Arquivo X, está tendo dificuldade para explicar os US$ 1,3 milhão encontrados em uma conta na Suíça. O dinheiro foi depositado ilegalmente em duas parcelas no exterior por Victor Sandri, apontado como intermediador de propina por Joesley Batista, dono da JBS.
A versão do ex-ministro para explicar o dinheiro escondido e não declarado, é de um “negócio imobiliário realizado com a construtora de Sandri”. Mantega informou que fez uma permuta de um imóvel que herdou do pai, Giuseppe Mantega, por unidades de um edifício. O ex-ministro alega que “além da entrega das unidades, foi acordado o pagamento de uma quantia em dinheiro, a qual não foi prevista contratualmente justamente porque seria promovida por meio de operação financeira entre contas bancárias à época não declaradas às autoridades brasileiras”. É difícil engolir que o dinheiro fosse lícito, mas y=tinha que ser escondido em uma conta ilegal e secreta.
Coincidentemente, Mantega e Sandri são réus na Operação Zelotes, que corre na Justiça Federal de Brasília. Eles respondem por corrupção e lavagem de dinheiro. De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), Mantega beneficiou Sandri em um julgamento no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão vinculado ao Ministério da Fazenda no qual empresas recorrem contra multas aplicadas pela Receita Federal. A multa aplicada à defesa de Sandri chegava a R$ 110 milhões, conforme a denúncia.
Na ocasião em que foi preso, a Justiça Federal bloqueou 10 milhões de reais em ativos e em contas de investimentos bancários de Mantega. Esta decisão foi mantida, após a revogação da prisão. Agora, apesar de não ser réu da Lava Jato, o ministro Mantega está tendo que explicar ao juiz Sérgio Moro porque um ministro da economia estava escondendo dinheiro no exterior e também a origem deste dinheiro.