A ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB-RJ) e as deputadas Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e Taliria Petrone (PSOL-RJ) entraram na Justiça contra a deputada bolsonarista Carla Zambelli por publicações em que as chamam de “genocidas”.
Carla Zambelli publicou uma foto das três com olhos e chifres de demônio por terem celebrado e descriminalização do aborto na Colômbia.
A deputada bolsonarista usou a hashtag “Esquerda Genocida” nas publicações sobre o assunto.
Zambelli também publicou uma foto de Manuela D’Ávila grávida. Segundo a deputada, Manuela “defende o assassinato de bebês de seis meses dentro do ventre de suas mães. Aborto é Genocídio!”.
Seus seguidores chegaram a atacar o filho de Sâmia Bomfim, que tem oito meses, em postagens.
Sâmia e Taliria apresentaram um pedido de indenização de R$ 100 mil à Justiça do Distrito Federal. Manuela apresentou sua ação na Justiça do Paraná.
A ação impetrada por elas acusa Carla Zambelli de cometer e incentivar a violência.
Para as deputadas, “não se trata de mera divergência de opinião, ou questão de ‘liberdade de expressão’, mas de um ataque direcionado às requeridas que se converte em verdadeiro discurso de ódio, sendo mais uma expressão da contumaz violência política praticada pela requerida, a qual já foi inúmeras vezes rechaçada virtualmente por divulgação de fake news”.
Para Taliria, “é inadmissível que qualquer pessoa, sobretudo uma deputada federal, utilize seu poder nas redes sociais para incitar o ódio e a violência política contra outras mulheres”.
“Ao fazer aquela analogia, Carla Zambelli, inclusive, associa a nossa imagem ao satanismo e sugere que seus seguidores façam o mesmo. Como se não bastassem os ataques que já sofremos cotidianamente pelo enfrentamento que fazemos”.
Sâmia Bomfim afirma que “quando uma deputada adota essa prática, o mínimo é responder pelos seus atos para que a impunidade não seja a regra”.
Manuela D’Ávila foi alvo de fake news durante as campanhas de 2018 e 2020, quando foi candidata à Vice-Presidência da República e prefeita de Porto Alegre, respectivamente.
Em 2020, Manuela conseguiu, na Justiça, derrubar publicações mentirosas que foram compartilhadas 529.075 vezes. Imagens de sua filha, Laura, foram usadas para atacar Manuela.