Manuella Mirella é eleita presidente da UNE e convoca ampla mobilização pelo desenvolvimento do país

Manuella Mirella, eleita presidente da UNE com quase 75% dos votos. Foto: Yuri Salvador

A pernambucana Manuella Mirella foi eleita presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) com 74,27%, em Congresso da entidade encerrado no domingo (17). Representando a chapa vencedora, Manuella defendeu uma ampla frente contra o fascismo e convocou os estudantes a construir “uma grande caravana em defesa de uma reforma universitária que coloque no centro a defesa do desenvolvimento e da soberania nacional”.

Manuella Mirella teve o apoio dos grupos Bloco na Rua, Mutirão, Levante Popular da Juventude e juventudes dos partidos PT, PDT, PSB e Rede Sustentabilidade. A nova presidente afirmou que a entidade tem como função, no próximo período, “varrer do Brasil a extrema-direita, os fascistas e o bolsonarismo”. A chapa obteve, ao todo, 4.593 votos e elegeu 12 diretores.

Manuella, filha de empregada doméstica e de feirante, estuda engenharia ambiental na FMU. A estudante defendeu uma política de permanência estudantil, a renovação da lei de cotas e mais investimentos nas universidades públicas, e conclamou a unidade dos estudantes “para reconstruir o Brasil da esperança”. Mirella ainda ressaltou as ações do governo Lula que beneficiaram os estudantes e o desenvolvimento da ciência brasileira, como investimentos nas universidades e o reajuste das bolsas de pesquisa.

Plenária final elegeu nova diretoria. Foto: HP

Bruna Brelaz, presidente da UNE na gestão que se encerra com esse congresso, defendeu continuidade da frente ampla que derrotou Bolsonaro nas eleições. “Alguns esqueceram qual foi o maior inimigo, que ainda segue mobilizado. Para nós, o maior inimigo é o fascismo. Ser radical é defender a frente ampla”, discursou, lembrando que foi essa frente “que deu esperanças de ter um prato de comida e de ter uma vida melhor”, afirmou. Para ela, os estudantes devem lutar para que a universidade seja um “instrumento de desenvolvimento nacional”.

Caio Guilherme, membro da chapa vitoriosa representando o movimento Mutirão e a Juventude Pátria Livre (JPL). Foto: Divulgação/JPL

Caio Guilherme, membro da chapa vitoriosa representando o movimento Mutirão e a Juventude Pátria Livre (JPL), apontou que a primeira tarefa da nova direção é “tirar Campos Neto do Banco Central”. Para o estudante da USP, no dia 11 de agosto, Dia do Estudante, a UNE deverá organizar uma manifestação pela redução da taxa básica de juros.

A chapa vencedora consolida a posição da entidade aprovada no dia anterior em relação às resoluções e diretrizes da entidade para os próximos dois anos, reforçando a campanha contra os juros altos do Banco Central, a defesa do investimento em educação pública e a defesa da democracia. “A política de juros altos insistentemente levada a cabo pelo Banco Central sob a liderança de Campos Neto inviabiliza o crescimento econômico, e a proposta de arcabouço fiscal impõe limites para o desenvolvimento que o Brasil precisa”, afirma o documento aprovado pelos estudantes.

Leia mais: Plenária da UNE aprova mobilização contra juros do BC: ‘Menos dinheiro para banco e mais para Educação’

A chapa formada pelos movimentos da Juventude Sem Medo, como Rua e Afronte, se uniram ao Quilombo, da juventude do PT, e defenderam apoio ao governo Lula, mas optaram por não se unir à majoritária. O grupo obteve 371 votos e elegeu um diretor.

Outra chapa, composta pelo Movimento por uma Universidade Popular (MUP), Correnteza, Juntos! e outros grupos menores, também divergiram do grupo majoritário em relação ao apoio à frente ampla em torno do governo Lula, defendendo uma reforma do estatuto da entidade. O grupo obteve 1005 votos.

A União Juventude e Liberdade (UJL), movimento de direita e liberal, se retirou do congresso no sábado (16) e não apresentou candidatura para a direção da UNE.

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