A falta de escrúpulos do goiano Pablo Marçal, condenado e preso por roubo a bancos naquele estado, e que veio disputar a prefeitura de São Paulo, não tem limites. Ele acaba de ser flagrado confessando que montou uma grande encenação para obter dividendos eleitorais ao se deitar na ambulância e até usar máscara de oxigênio depois da cadeirada do Datena.
Nas imagens produzidas e divulgadas pela sua equipe de campanha nas redes sociais, Marçal aparece deitado na ambulância, de olhos fechados, recebendo oxigênio com uma máscara. A imagem de uma vítima. Sem saber que estava sendo filmado, o falsário relatou que tudo não passou de encenação e confessou que podia ir a pé para o hospital. Tanto isso é verdade que ele foi classificado com uma fita verde – sem gravidade – no hospital.
“Eu precisava daquela ambulância. Eles queriam fazer uma cena, esse povo aí”, afirma Marçal, referindo-se à sua equipe. Ou seja, a farsa foi montada para que sua equipe de campanha pudesse filmar tudo e disseminar pala internet uma imagem de vítima. Mas a confissão foi captada numa gravação obtida pelo site UOL. “Dava para ir correndo para o hospital. Não é insuportável”, admitiu Marçal.
O tiro acabou saindo pela culatra. A rejeição ao seu nome depois da cadeirada explodiu na capital. Agora que veio à tona que a ambulância era uma encenação, mais eleitores vão começar a simpatizar com a cadeira. O caráter marginal do elemento, que já vinha sendo denunciado, ficou estampado para a opinião pública Depois de se desmoralizar ao chamar Datena de estuprador e frouxo e levar a pior, ainda usou uma ambulância para se passar por vítima.
A provocação de Marçal parecia ter saído do esgoto. Ele usou o termo “Jack”, que só é conhecido por bandidos e presidiários, que significa estuprador, referindo-se a Datena. Como o apresentador tem experiência com marginais, por conta de seu programa na TV, entendeu o que Marçal dizia e desceu-lhe a cadeira. Até Jair Bolsonaro disse que Datena não tinha outra alternativa, a não ser dar a cadeirada no provocador.
Já havia fortes rumores de que seu partido (PRTB) mantinha ligações com a facção criminosa PCC e o comportamento no debate fizeram os eleitores paulistanos perceberem com que tipo de marginal estavam lidando.
A cadeirada foi a gota d´água. A reação imediata foi se afastar dele. As pesquisas logo registraram o tombo. Tanto a Quaest quanto o Datafolha registraram a queda de intenção de votos em Pablo Marçal e o crescimento de Boulos e Nunes.