
Segundo a Executiva Municipal do PSDB, há uma “profunda divergência” com os meios que viabilizaram a chegada de Melo ao 2º turno
O atual prefeito da capital gaúcha, Nelson Marchezan Jr, e a direção municipal do PSDB decidiram não apoiar a candidatura de Sebastião Melo (MDB) e declararam neutralidade na disputa do segundo turno, contra a candidata Manuela D’Ávila.
Marchezan foi o terceiro colocado no primeiro turno das eleições, com 106.063 votos, 21,07% dos votos válidos. O apoio do atual prefeito era procurado pela candidatura de Melo, que ficou frustrada com a neutralidade.
Para o PSDB, há uma “profunda divergência” com os meios que viabilizaram a chegada de Melo ao segundo turno.
De acordo com a Executiva Municipal do PSDB de Porto Alegre, apesar do apoio a uma das candidaturas no segundo turno ser considerada “natural, em condições normais”, o partido opta pela neutralidade por conta da “distância de visão de Estado em relação a uma das propostas”, em referência à candidatura de Manuela D’Ávila.
Sobre a situação de Melo, a Executiva Municipal manifestou “profunda divergência” com a forma que a ida do candidato ao segundo turno foi garantida. Às vésperas do primeiro turno, uma decisão do TRE-RS, a pedido da coligação de Melo, impugnou a candidatura de José Fortunati (PTB). Após a renúncia à candidatura de Fortunati, o PTB fechou apoio a Sebastião Melo.
“A Executiva Municipal do PSDB Porto Alegre, afim de orientar seus filiados e simpatizantes neste segundo turno da eleição, esclarece que, em condições normais, seria natural o apoio político e partidário a uma das candidaturas que estão postas. No entanto, devido a distância de visão de Estado em relação a uma das propostas, e a profunda divergência com as condutas e com os meios que viabilizaram a outra candidatura escolhida pela população, o PSDB não definirá apoio a nenhum dos candidatos neste segundo turno, liberando sua militância para que faça a escolha de acordo com a consciência de cada um”, diz a nota.
TRANSIÇÃO
O PSDB também decidiu antecipar a posição de independência em relação ao governo eleito, independentemente do resultado das urnas no dia 29.
No documento divulgado na tarde de terça-feira, Marchezan ressaltou que sua postura contra a “corrupção e a velha política” acabaram lhe prejudicando na tentativa de reeleição. “Enfrentei um processo de impeachment sem que eu tivesse cometido qualquer ilegalidade, uma CPI arbitrária e politiqueira, uma campanha agressiva de todos os adversários e uma renúncia improvável com motivações, no mínimo, questionáveis”, disse.
O tucano ainda ressaltou que voltou a ser o prefeito e que atuará para a transição ao vencedor da eleição.
“Tenho uma Prefeitura pra administrar, uma pandemia para monitorar e uma cidade para cuidar. E como sempre disse, e fiz, tudo isso está acima de uma eleição. É por isso que, neste segundo turno, não apoiarei pessoalmente nenhum candidato, garantindo uma transição transparente, democrática e republicana”, disse Marchezan.