Márcio França (PSB) afirmou, em entrevista na quinta-feira (27) na Band, que Bolsonaro, de quem tem se aproximado politicamente nos últimos tempos, foi eleito sendo sincero e autêntico.
“Eu nunca mudei a minha posição, mas Bolsonaro é o presidente, goste ou não goste. E eu sinto que Bolsonaro é sincero, ele falou exatamente o que pensava, e as pessoas votaram nele”, disse França.
“A gente precisa reconhecer a capacidade de um adversário. Um que eu respeito muito é o João Doria [governador do Estado]. Ele tem capacidade de ir empurrando assuntos. Na eleição passada, eu era o Márcio Cuba, Márcio Lula; agora eu sou o Márcio Bolsonaro”, ironizou.
“Se amanhã eu for prefeito, eu vou falar com Bolsonaro, com [Donald] Trump [presidente dos Estados Unidos], com [Vladimir] Putin [presidente da Rússia], com o Doria… Eu não vou prejudicar o morador de São Paulo por não gostar de alguém. Não tenho esse direito”, completou.
França fez ainda elogios ao atual prefeito, Bruno Covas, mas criticou a falta de autonomia do tucano. “O Bruno Covas é uma pessoa idônea, valente pela situação que ele está passando de doença; eu torço que ele esteja saudável para que possa disputar [o pleito] e eu derrotá-lo”, pontuou. “Agora, é evidente que ele não controla nada na prefeitura. Ele está lá, o Doria mexe as mãos com alguns vereadores e pronto. Mas aqui não tem moleza, comigo vai ter confusão”.
Uma das soluções que a equipe de Márcio França pensa em implementar no primeiro ano de governo, se eleito, é cortar a 1% o atual número de cargos comissionados na prefeitura de São Paulo. “Temos hoje 6 mil empregados em cargos de comissão, com um custo médio de R$ 10 mil. São cargos importantes, mas no momento atual não dá. No primeiro ano queremos trabalhar com 1% desses cargos de confiança, economizando R$ 600 milhões. O governador vai ficar chateado porque faz indicações para esses cargos, mas nessa hora é o mínimo que tem para fazer”, ressaltou.
França acredita que, com propostas assim, vai conseguir equilibrar as contas da administração – que iniciará o ano de 2021 com um déficit em torno de R$ 9 bilhões no orçamento – e também terá dinheiro para implementar outros programas. Ele também garantiu que não haverá aumento ou criação de impostos.
Se eleito, França quer trabalhar com mutirões de exames de saúde e um sistema de crédito para, quando houver atrasos no atendimento público, o paciente tenha acesso à rede privada de hospitais.
“[A ideia é] criar um número do SUS [Sistema Único de Saúde] com um prazo para ser atendido. Se isso não acontecer, a pessoa ganhará crédito que pode ser usado na rede privada. A prevenção é mais barata do que tratar uma pessoa internada”.
Assista a entrevista:
Parte 1 – https://tv.uol/18Zv8
Parte 2 – https://tv.uol/18Zv5